Roger Stone tinha sido condenado por mentir ao Congresso, obstruindo e manipulando testemunhas no contexto da investigação da investigação sobre a interferência russa durante a campanha presidencial norte-americana de 2016.
A ida para a prisão do antigo conselheiro estaria agendada para a próxima semana.
“Hoje [sexta-feira], o Presidente Donald J. Trump ordenou uma clemência executiva para comutar a injusta sentença de Roger Stone”, disse a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, numa declaração.
Roger Stone, acrescentou, “já sofreu muito. Foi tratado de forma muito injusta, tal como muitos outros neste caso. Ele é agora um homem livre”.
Ao contrário de um indulto presidencial, que livraria Stone dos crimes pelos quais foi condenado, a ação de Trump ao comutar a sua sentença apenas levanta a sua punição de 40 meses de prisão.
Na declaração da Casa Branca lê-se que Stone enfrentou “uma acusação injusta, prisão e julgamento” e que, apesar da condenação, “mantém a sua inocência”, pelo que merece, de acordo com a Casa Branca, a oportunidade de defender novamente o seu caso em tribunal.
Além disso, a Casa Branca citou os riscos para a saúde de Stone que seriam colocados pelo seu encarceramento devido à pandemia da covid-19.
Stone foi condenado após semanas de lutas internas no Departamento de Justiça, tendo o Procurador-Geral dos EUA, William Barr, emitido uma recomendação instando a que o pedido inicial de punição fosse reduzido.
Esta recomendação de Barr levou vários procuradores que trataram do caso a demitirem-se e a denunciarem a pressão de altos funcionários do Departamento de Justiça para tratar Stone “de forma diferente e mais condescendente” durante o seu julgamento, devido à sua relação com Trump.
Caracterizado pelo seu estilo provocador, Stone é um veterano consultor político republicano cujos clientes incluíam os antigos presidentes Ronald Reagan (1981-1989) e Richard Nixon (1969-1974) e cujo lema favorito é “Nada admitir, negar tudo, e ripostar”.
Stone, que aconselhou Trump durante anos e trabalhou até agosto de 2015 na sua campanha eleitoral, foi detido pelo FBI em Janeiro de 2019 em Fort Lauderdale, Florida.
De acordo com a Procuradoria-Geral dos EUA, Stone atuou como ligação entre a campanha de Trump 2016 e a plataforma WikiLeaks, que divulgou e-mails roubados do Comité Nacional Democrático, prejudiciais para a campanha da candidata presidencial de Hillary Clinton.
Stone foi condenado como parte da investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller da conspiração russa, que exonerou Trump de ter conspirado com a Rússia durante o processo eleitoral de 2016, mas lançou dúvidas sobre a capacidade do Presidente para obstruir a investigação.
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