Numa mensagem publicada na rede social Twitter, o chefe de Estado norte-americano lançou, num tom visivelmente irritado, críticas ao acordo orçamental alcançado na noite de domingo passado, após intensas negociações entre republicanos e democratas, que bloqueia várias das prioridades da administração Trump e suspende, de forma temporária, o financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México.
O acordo bipartidário alcançado no domingo vai permitir atribuir fundos ao governo federal norte-americano nos últimos cinco meses do ano fiscal de 2017, até 30 de setembro, e evitar um encerramento parcial dos serviços públicos, também conhecido como ‘shutdown’.
Se não existisse um acordo, o ‘shutdown’ poderia ocorrer no final desta semana.
Na mesma mensagem no Twitter, Trump defendeu, de forma clara, uma alteração das regras de votação no Senado (câmara alta do Congresso norte-americano).
“A razão pela qual temos um projeto (de orçamento) negociado entre republicanos e democratas é porque são precisos 60 votos no Senado que não temos”, escreveu Trump.
“Ou elegemos mais senadores republicanos em 2018, ou mudamos as regras imediatamente”, afirmou o Presidente, propondo a aplicação de uma maioria simples, 51%, para a aprovação de planos orçamentais na câmara alta do Congresso.
No Senado, uma maioria qualificada de 60 votos num total de 100 lugares é necessária para a adoção das disposições legislativas. Atualmente, os republicanos detêm 52 lugares, ou seja, são forçados a negociar com a oposição democrata cada documento legislativo.
“O nosso país precisa de uma boa paralisação em setembro para corrigir esta confusão”, defendeu Donald Trump, numa declaração pouco habitual para um inquilino da Casa Branca.
As nomeações dos juízes para o Supremo Tribunal também estavam sujeitas até há pouco tempo à barreira dos 60 votos, mas perante a obstrução democrata a Neil Gorsuch, o juiz escolhido por Trump, os republicanos conseguiram alterar as regras e aplicar a maioria simples dos 51 votos.
Em outubro de 2013, durante a Presidência de Barack Obama, um bloqueio orçamental levou a 16 dias de paralisação da maior parte dos serviços públicos nos Estados Unidos.
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