Na véspera da sua posse, Donald Trump prometeu este domingo agir "com uma rapidez e força históricas" para "deter a invasão de fronteiras" por migrantes, impulsionar a produção de petróleo e bloquear as "ideologias" de esquerda.
"Vamos deter a invasão das nossas fronteiras", afirmou durante um comício para uma multidão reunida no Capital One Arena, em Washington, sob fortes aplausos.
"Antes do pôr do sol amanhã à tarde, a invasão das nossas fronteiras estará detida, e todos os intrusos ilegais que cruzarem de alguma forma estarão de volta para casa", declarou Trump.
O republicano, que na segunda-feira sucederá o democrata Joe Biden, afirmou, sem apresentar provas, que "muitos" dos migrantes que chegam são "assassinos".
"Não nos vão invadir"
"Depois de anos a construir nações estrangeiras, a fronteiras estrangeiras e a proteger terras estrangeiras, finalmente vamos construir o nosso país, defender as nossas fronteiras e proteger os nossos cidadãos, e vamos acabar com a imigração ilegal de uma vez por todas. Não nos vão invadir. Não nos vão ocupar. Não nos vão infestar. Não nos vão conquistar", acrescentou.
O Papa Francisco declarou este domingo que o plano de expulsão em larga escala prometido por Trump seria "uma desgraça".
Durante o seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump aplicou uma política de tolerância zero, que incluiu a separação de milhares de crianças dos seus pais migrantes. Desta vez, o magnata, impedido pela Constituição de exercer um terceiro mandato, tem pressa e promete agir "com uma rapidez e força históricas" para resolver "cada uma das crises que o país enfrenta".
Para isso, pretende promulgar uma quantidade recorde de decretos presidenciais assim que iniciar o seu segundo mandato.
De acordo com o Wall Street Journal, Trump vai declarar estado de emergência na fronteira com o México. A Fox informa ainda que designará os cartéis do narcotráfico como organizações terroristas estrangeiras e restabelecerá o programa "Fiquem no México", o que obriga os migrantes a esperarem o desfecho dos seus processos do outro lado da fronteira.
Também é provável eliminar alguns programas destinados a promover a diversidade na administração federal e restrições à exploração de petróleo. Além disso, espera-se que conceda indultos a pessoas condenadas por invadirem o Capitólio a 6 de janeiro de 2021, na tentativa de impedir a certificação da eleição de Biden.
Trump garantiu a seus aos seus apoiantes que ficarão "muito felizes" com a decisão que tomará sobre o assunto na segunda-feira.
Sob aplausos, também declarou ser necessário "salvar o TikTok", a popular aplicação de vídeos chinesa, que foi brevemente banida nos Estados Unidos após a entrada em vigor de uma lei que a proibia por questões de segurança nacional.
O presidente eleito chamou Elon Musk ao palco, e confirmou a enorme influência política do homem mais rico do mundo durante uma campanha que este financiou generosamente.
O chefe das empresas X, Tesla e SpaceX, que será responsável por reduzir os gastos públicos por meio de auditorias, afirmou que o objetivo da nova administração é tornar os Estados Unidos fortes "durante séculos".
"Esta vitória é apenas o começo (...) O que importa agora é fazer mudanças significativas, implementar essas mudanças e lançar as bases para que os Estados Unidos sejam fortes por um século, por séculos, para sempre", disse Musk.
No final do comício, o grupo Village People cantou o seu hit "Y.M.C.A.", que se tornou um dos hinos de campanha do republicano.
"Não somos a colónia de ninguém"
Antes disso, o republicano de 78 anos, 45.º presidente dos Estados Unidos (2017-2021) que se tornará na segunda-feira o 47.º, fez uma oferta floral no túmulo do Soldado Desconhecido no cemitério de Arlington, próximo de Washington.
O seu regresso ao poder está a causar grande agitação.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou este domingo que defenderá os mexicanos que vivem nos Estados Unidos e afirmou que o seu país "não é colónia de ninguém".
Horas antes de voltar à Casa Branca, o bilionário republicano lançou uma nova criptomoeda, que, se mantiver o seu valor, poderá aumentar a sua fortuna pessoal.
Trump venceu as eleições presidenciais de 5 de novembro contra a vice-presidente democrata Kamala Harris, no final de uma campanha sem precedentes, durante a qual foi condenado criminalmente, fez inúmeros comentários racistas e sexistas e foi alvo de duas tentativas de assassinato.
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