"O meu novo amigo"
Em 2013, três anos antes da sua eleição, Donald Trump, conhecido então pelo seu império imobiliário e programas de televisão, planeia uma viagem a Moscovo, onde se celebra o concurso da Miss Universo, do qual era proprietário.
"Acham que o Putin irá ao concurso Miss Universo, em novembro, em Moscovo? Se sim, tornar-se-á o meu novo melhor amigo?", publicou na sua conta pessoal do Twitter.
Putin acaba por não ir ao evento, mas envia uma pessoa próxima.
Um "excecional", o outro, "poderoso"
Em outubro de 2015, "The Donald" está em campanha para as primárias republicanas. Em entrevista à emissora CBS, considera que se "daria muito bem como Vladimir Putin".
Em 17 de dezembro, o ex-chefe dos serviços secretos russos FSB (ex-KGB) elogia um "homem muito excecional, inquestionavelmente talentoso" e que era [na altura] um "líder absoluto da corrida presidencial" dos Estados Unidos.
O elogio é devolvido por Trump. "É um líder forte, um líder poderoso". E também: "Quando alguém diz que és brilhante é sempre é bom, especialmente quando a pessoa está à frente da Rússia".
"Ninguém, para além de nós"
Com a surpreendente vitória de Trump nas eleições presidenciais, Putin ligou ao presidente norte-americano para lhe dar os parabéns pela vitória.
"Ninguém, para além de nós [governo russo], achava que podia vencer", afirma Putin.
A 20 de janeiro de 2017, o 45º presidente dos Estados Unidos assume o poder. As diferenças entre Washington e Moscovo são duras e numerosas, após divergências sobre o conflito sírio, a anexação da Crimeia, a guerra na Ucrânia e o Irão.
No entanto, no fim de janeiro, Trump reafirma o desejo de melhorar as relações entre a Casa Branca e o Kremlin, expressando o desejo de "um relacionamento fantástico" entre ambas as nações.
Primeiro encontro "extraordinário"
Os dois líderes reúnem em julho de 2017 à margem da Cimeira do G20 na Alemanha.
"O Trump que se vê na TV é muito diferente do Trump na vida real", afirma Putin. "Tenho todos motivos para acreditar que vamos conseguir, pelo menos parcialmente, restabelecer o nível de cooperação de que precisamos". Já Trump classifica o primeiro encontro como tendo sido "extraordinário".
Trump, "homem bem-educado"
Putin e Trump encontraram-se pela última vez em novembro passado, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que decorreu na cidade vietnamita de Danang.
O presidente russo volta a elogiar Trump, classificando-o como um homem "bem-educado e de trato agradável".
Por seu turno, abordando o encontro já a bordo do avião presidencial Air Force One, Trump admite ter tido "um ótimo feeling".
Um "concorrente"
O presidente norte-americano "é uma pessoa prudente, sabe ouvir e responde aos argumentos do seu interlocutor", considera Vladimir Putin em junho de 2018, depois de Donald Trump propor reintegrar a Rússia ao G7 — do qual foi excluída em 2014.
Na quinta-feira, Trump volta a elogiar Putin: "Não é meu inimigo (...). Em última instância, é um concorrente. Ele representa a Rússia, eu represento os Estados Unidos".
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