Na abertura de uma reunião do seu partido, o Syriza (de esquerda), e um dia depois da reunião inconclusiva em Bruxelas, o primeiro-ministro mostrou-se no entanto confiante de que, no final, será encontrado um acordo entre a Grécia e os credores.
Tsipras condicionou um regresso a Atenas dos representantes dos credores a uma mudança no Fundo Monetário Internacional (FMI): “Esperamos que o FMI reveja as suas previsões o mais depressa possível (…) para que as discussões possam continuar a nível técnico”.
O governante grego também referiu à chanceler alemã, Angela Merkel, pedindo-lhe para “encorajar o seu ministro das Finanças a pôr fim à sua agressividade permanente” em relação à Grécia.
Tsipras falava um dia depois da reunião em Bruxelas que pretendia relançar as negociações para manter o país sobre-endividado sob assistência financeira, numa altura em que o receio de uma nova crise da dívida grega é alimentado pela falta de entendimentos entre a zona euro e o FMI.
O FMI exige um alívio substancial da dívida grega, uma opção que Berlim afasta, e medidas suplementares de austeridade, que Atenas rejeita, para alcançar o objetivo ambicioso de conseguir um excedente orçamental.
Depois da reunião de sexta-feira em Bruxelas, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que a Grécia, os seus credores europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) avançaram quanto aos requisitos para permitir um regresso da missão de supervisão a Atenas na próxima semana.
“Hoje fizemos progressos substanciais e estamos perto de um entendimento para que a missão (da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu, do Mecanismo Europeu de Estabilidade e do FMI) regresse a Atenas na próxima semana”, informou Dijsselbloem no final de uma reunião destinada a alcançar um acordo que permita encerrar a avaliação que decorre no âmbito do resgate financeiro ao país.
A Grécia fez-se representar na reunião pelo ministro das Finanças, Euclides Tsakalotos.
A segunda missão de avaliação do cumprimento das condições do resgate por parte de Atenas continua pendente dado que os credores europeus e o FMI não chegaram a acordo sobre as reformas e a trajetória orçamental para o país a partir de 2018.
Num relatório divulgado esta semana, o FMI considera a dívida grega “insustentável” e “explosiva” e lança dúvidas sobre a capacidade de a Grécia alcançar um excedente primário de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) a partir de 2018, um objetivo fixado pelos parceiros europeus ao país, que tem estado sob assistência financeira internacional desde 2010.
O FMI condiciona a sua participação financeira no resgate concedido pelos europeus à Grécia em 2015 à adoção de mais reformas no país, nomeadamente no sistema de pensões e a um compromisso da zona euro no sentido de aliviar a dívida grega para a colocar a um nível “sustentável”.
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