As buscas dos bombeiros foram motivadas por alertas de cidadãos sobre a possibilidade de pessoas terem ficado presas nos parques de estacionamento, na sequência da passagem, na quarta-feira, da pior tempestade tropical dos últimos 50 anos, que causou pelo menos dez mortos e mais de duas centenas de feridos.

Numa conferência de imprensa esta tarde, o comandante do Corpo de Bombeiros, Leong Iok Sam, explicou que dos quatro parques de estacionamento onde estavam a fazer buscas, um, na avenida Almirante Lacerda, na zona norte da península de Macau, já foi drenado e ninguém foi encontrado.

Há três autossilos ainda com água, para onde as autoridades já enviaram mergulhadores, que não encontraram qualquer nova vítima até ao momento. Num deles, na rua de João de Araújo, os bombeiros foram alertados para a possibilidade de mais de dez pessoas estarem presas.

“Não conseguimos encontrar qualquer pessoa. Já fomos ao piso mais inferior e não vimos ninguém”, disse Leong, explicando que, neste momento ainda há 1,5 metros de água acumulada no local. “Já fomos ver e não há ninguém lá dentro”, frisou.

Já num parque de estacionamento na zona do Fai Chi Kei, no norte da cidade, há “ainda água estagnada com dois metros”. “A drenagem é incessante, os trabalhos continuam”, disse.

Por fim, no autossilo do mercado de São Lourenço, “os mergulhadores fizeram uma primeira busca, a água já baixou mas ainda faltam dois andares de água”, indicou o comandante, acrescentando que, até ao momento, não foram encontrados quaisquer corpos no local.

Na mesma conferência de imprensa, um representante da PSP deu conta dos trabalhos de limpeza das vias, dizendo que “90% das faixas de rodagem têm condições de circulação”.

“Apelamos à população para que não faça deslocações desnecessárias”, disse, informando que cerca de 80 semáforos continuam ainda avariados.

Quanto ao lixo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais recolheu, desde sexta-feira, 2.600 toneladas, acima das 1.200 consideradas normais.

“O lixo tem de ser recolhido o mais rapidamente possível por causa do novo tufão”, disse o representante presente na conferência, referindo-se à tempestade Pakhar, que deverá sentir-se com mais intensidade em Macau no domingo.

Já o chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Lam Cheong, disse que “até ao momento” não foi verificada “qualquer situação de propagação de doenças”, indicando que para evitar a proliferação de casos de febre de dengue foram realizadas ações de eliminação de mosquitos nalgumas zonas.