"Não esperávamos e achamos tremendamente injusta", diz João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), em declarações ao SAPO24.
“Nada fazia antever uma decisão como esta, que obviamente tem um impacto muito claro naquele que é o destino preferencial dos turistas britânicos em Portugal”, continua.
O presidente não compreende a saída de Portugal da lista "verde", resolução que considera não se "basear em factos" e não "avaliar o risco" do estado bastante avançado de vacinação da população britânica.
João Fernandas salienta que a região estava a registar “um crescimento muito expressivo nas reservas desta origem” e que a decisão do Governo inglês terá "um impacto significativo nas próximas semanas”.
Já esta manhã, assim que a comunicação social inglesa avançou com a notícia, “começou logo a registar-se uma quebra no contacto para novas reservas” e uma “redução das reservas para as próximas semanas”, exemplifica.
Os argumentos do Governo britânico também não convencem o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).
Em declarações à agência Lusa, Luís Pedro Martins declarou que se trata de um notícia “devastadora” e com “argumentos que não convencem”.
“É uma decisão lamentável do Governo britânico e que nos provoca novamente um grande balde de água fria. Portugal, segundo todos os rácios, designadamente do ECDC [Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças], regista 65 casos [de covid-19], por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Só há três países assim na União Europeia”, declara o presidente da TPNP.
“Não conseguimos compreender esta decisão. É gravíssimo para o Algarve, com quem estamos bastante solidários, menos grave para o Porto e Norte uma vez que não é um mercado que faça parte do nosso ‘top’ três, mas não deixa de ser uma decisão que nos surpreende por uma injustiça”, concluiu.
Governo português lamenta “decisão cuja lógica não se alcança”
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) também já reagiu à decisão do Governo britânico de retirar Portugal da lista “verde”. No Twitter, o MNE diz tratar-se de uma “decisão cuja lógica não se alcança”.
“Portugal continua a realizar o seu plano de desconfinamento, prudente e gradual, com regras claras para a segurança dos que aqui residem ou nos visitam”, escreveu o Ministério numa nota publicada depois de ser conhecida a alteração.
Portugal sai da “lista verde” devido à descoberta de novas variantes e ao aumento do número de infeções nas últimas semanas, confirmou esta quinta-feira o ministro dos Transportes, Grant Shapps. A decisão abrange Portugal continental, Açores e Madeira.
A medida deverá em vigor a partir das 04:00 de terça-feira, quando Portugal passa para a lista “âmbar”.
Os países na “lista âmbar” estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.
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