“Espero que os Estados Unidos não nos empurrem para outros caminhos. Com isto quero dizer que os Estados Unidos não são os únicos no mundo a vender aviões de combate. A Inglaterra, a França, a Rússia, também vendem. É possível procurar por todo o lado”, indicou o chefe de Estado turco.
“Já existe quem nos esteja a enviar sinais”, acrescentou, numa referência aos potenciais países fornecedores.
A Turquia, membro da NATO, pretende adquirir aos Estados Unidos 40 aviões de combate F-16 e ainda peças sobressalentes destinadas à manutenção e modernização dos F-16 que já possui.
Ancara já protestou contra as condições colocadas pelo Congresso norte-americano para concluir a venda, mas também ao eventual prosseguimento das conversações.
Os congressistas norte-americanos exigem que Ancara prescinda de qualquer ameaça contra a Grécia, designadamente através do fim da violação do seu espaço aéreo.
A Turquia já despendeu 1,4 mil milhões de dólares (o mesmo valor em euros, ao câmbio atual) numa encomenda de aviões de combate furtivos F-35, que nunca foram entregues pelos Estados Unidos.
A totalidade do contrato foi suspensa por Washington em 2019 após a compra por Ancara do sistema antimíssil russo S-400, considerado uma ameaça aos F-35.
Washington decidiu na ocasião excluir a Turquia deste sofisticado programa militar.
As relações entre a Turquia e os Estados Unidos registaram uma aproximação na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
No decurso de um encontro com Erdogan em junho, à margem da cimeira da NATO em Madrid, o Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou que apoiaria a entrega dos F-16 à Turquia.
Proveniente do Partido Democrata, Joe “Biden tem uma abordagem positiva face aos F1-16, mas existe a perceção de que os republicanos [o outro grande partido norte-americano, direita] são contra”, recordou Erdogan.
“O meu ministro dos Negócios Estrangeiros encontrou-se com um representantes dos republicanos na Bulgária (…) que afirmou que nos poderiam apoiar”, indicou o governante turco.
Erdogan deve encontrar-se com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, à margem da próxima cimeira da Organização de Cooperação de Xangai que decorre entre 15 e 16 de setembro em Samarcanda, no Uzbequistão.
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