O Ministério turco dos Negócios Estrangeiros referiu hoje que a declaração emitida pelos líderes de Chipre, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta e Portugal na sexta-feira demonstra que a UE não pode ser “um ator neutral e confiável” para resolver a disputa sobre a ilha dividida de Chipre.

O comunicado do ministério apela aos países da UE para reconhecerem aos cipriotas turcos direitos iguais sobre os recursos naturais da ilha. O texto acrescenta que a Turquia, que enviou um navio de prospeção para a costa ocidental de Chipre, está determinada em proteger esses direitos.

A ilha de Chipre foi dividida em 1974 na sequência da invasão militar da Turquia, após uma tentativa fracassada de um golpe promovido por apoiantes da união com a Grécia. A autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTNC, na parte norte) é apenas reconhecida por Ancara.

Apesar de não o ter anunciado publicamente, o Governo da República de Chipre – Estado-membro da UE, internacionalmente reconhecido e que apenas controla dois terços do território –, emitiu mandados de captura contra a tripulação do navio e responsáveis das empresas que participam nas prospeções.

Após conversações com o seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, o chefe da diplomacia cipriota, Nikos Christodoulides, considerou que as ações turcas se inserem numa “estratégia concertada para exercer o controlo do Mediterrâneo oriental” sobre questões energéticas. Acusou ainda o país euro-asiático de colocar “em grande perigo” a paz e a estabilidade regional.

Os sete países da Europa do Sul, reunidos em cimeira na sexta-feira e Malta, voltaram a pedir à Turquia que “termine com as atividades ilegais”, numa referência à intenção de Ancara em prosseguir as suas explorações em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Chipre.

Nos últimos anos, a descoberta de gigantescas jazidas de gás na região aguçou os apetites de diversos países da região e de várias potências. Chipre já assinou contratos de exploração com gigantes dos hidrocarbonetos, como a italiana ENI, a francesa Total e a norte-americana ExxonMobil.

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