A Rússia tem utilizado drones fabricados no Irão para lançar fortes ataques às cidades ucranianas. Até aqui nenhuma novidade. Contudo, esta quarta-feira o jornal Guardian revela que esses mesmos drones têm "várias peças" de empresas europeias.

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, fez sabê-lo num relatório apresentado aos aliados durante uma reunião do G7, em agosto último. Nesse mesmo documento, Kiev referiu que houve mais de 600 ataques a cidades utilizando drones que continham tecnologia europeia, mas também dos Estados Unidos, Canadá e ainda do Japão.

"52 componentes elétricos fabricados por empresas ocidentais foram encontrados no drone Shahed-131 e 57 no modelo Shahed-136, que tem autonomia de voo de 2.000 km e velocidade de cruzeiro de 180 km/h", lê-se no artigo, onde é revelado também que "cinco empresas europeias, incluindo uma subsidiária polaca de uma multinacional britânica, são apontadas como fabricantes originais dos componentes identificados", sendo que entre os fabricantes estão também empresas "sediadas nos países da coligação de sanções: Estados Unidos, Suíça, Holanda, Alemanha, Canadá, Japão e Polónia".

Neste relatório, a Ucrânia sugere também outra medida, nomeadamente "atacar locais de produção na Rússia, no Irão e na Síria", pedindo aos aliados mísseis de longo alcance.