Num esclarecimento à Lusa, o ACM explica que a Linha de Apoio a Migrantes (LAM) e o Serviço de Tradução Telefónica (STT) “são serviços de atendimento telefónico que funcionam de forma conjunta e complementar” e que, quando se liga, ouve-se uma mensagem automática gravada “que tem três idiomas: português (língua nacional), inglês (língua universal) e russo (dos mais solicitados)” e que, “independentemente do idioma selecionado, e logo que sejam atendidos por um operador, os cidadãos podem solicitar o atendimento noutro idioma, incluindo o ucraniano”.

A explicação do ACM surge na sequência de uma notícia da CNN, que dá conta de queixas de cidadãos ucranianos relativamente aos três idiomas existentes no serviço de tradução telefónica da Linha de Apoio a Migrantes.

O ACM sublinha que as três mensagens gravadas de entrada para atendimento na LAM e STT, em português, inglês e russo, “foram estabelecidas de acordo com os idiomas mais solicitados em ambos os serviços nos últimos anos”.

“No caso de ser solicitado um dos 16 idiomas/dialetos da LAM, onde se inclui o ucraniano, a chamada é transferida para o operador com essa competência que esteja disponível. Nos casos em que o operador esteja indisponível, ou seja solicitado um outro idioma não disponível na LAM, a bolsa de tradutores do STT é ativada de imediato e o atendimento é feito em conferência com o apoio do tradutor da bolsa”, esclarece.

O Alto Comissariado refere à Lusa que desde o início do conflito na Ucrânia, em 24 de fevereiro passado, “tem vindo a reforçar os serviços de atendimento telefónico em ucraniano”.

Garante ainda que “a LAM será reforçada, no próximo dia 01 de junho, com mais três novos operadores de ucraniano e a bolsa de tradutores do STT foi reforçada com mais quatro tradutores de ucraniano, passando a disponibilizar sete tradutores para traduções imediatas, agendadas ou mesmo para atendimento na LAM”.

Segundo o ACM, desde o início da invasão russa, a LAM efetuou mais de 2.600 atendimentos e, entre os assuntos mais abordados, estão a “entrada em Portugal de pessoas que se encontravam nos países vizinhos da Ucrânia, disponibilidade para ajuda humanitária, pessoas que estavam em Portugal e sem possibilidade de regressar ao país, proteção temporária, alojamento, alimentação, NIF, NISS, apoios sociais e regularização de menores”.

O ACM refere que, desde fevereiro, o STT realizou mais de 300 atendimentos relacionado com o conflito na Ucrânia.

No contexto atual, acrescenta, que o horário de atendimento da LAM e do STT foi alargado, estando a funcionar de segunda a sexta-feira, das 09:00 às 20:00, e aos sábados das 09:00 às 17:00, sempre com operadores falantes de ucraniano.

“O ACM condena a atual situação de guerra na Ucrânia e todas as ações de agressão e violação dos direitos humanos, manifesta a sua total solidariedade para com todas as vítimas da guerra, em particular para com a população ucraniana, e continuará a desenvolver todos os esforços no sentido de acolher e apoiar todas as pessoas vítimas deste conflito, garantindo todas as dimensões do acolhimento e integração em Portugal, atuando sempre pelos princípios da colaboração, da responsabilidade, da boa-fé e no respeito pelos direitos fundamentais”, conclui.