“A conversa com o Presidente Putin foi muito direta, franca e dura”, assinalou o chefe de Governo austríaco, que também confrontou o líder do Kremlin com a determinação da União Europeia (UE) face à violação dos direitos humanos, indicou um comunicado do seu gabinete após o encontro, que se prolongou por 75 minutos.
“Abordei os graves crimes de guerra cometidos em Bucha [arredores de Kiev] e em outros locais e sublinhei que os responsáveis devem prestar contas”, acrescentou o líder conservador austríaco.
A reunião que decorreu em Novo-Ogariovo, uma residência presidencial nos arredores de Moscovo, foi o primeiro encontro pessoal de Putin com um líder da UE desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.
“Também disse ao Presidente Putin de forma muito clara que as sanções contra a Rússia vão permanecer e vão endurecer enquanto continuarem a morrer pessoas na Ucrânia”, disse Nehammer, ao assinalar que nesta situação a UE “está unida como nunca”.
O chanceler federal insistiu na necessidade de corredores humanitários para transportar água potável e alimentos às cidades sitiadas na Ucrânia, e proceder à retirada de mulheres, crianças e feridos.
“A minha principal mensagem para Putin foi que esta guerra deve terminar, porque numa guerra só existem perdedores nos dois lados”, adiantou o primeiro-ministro conservador, que irá relatar os resultados do encontro aos seus parceiros europeus.
Nehammer assegurou que esta deslocação “não foi uma visita amigável”, mas considerou “uma obrigação” tentar um encontro direto com Putin “apesar das enormes diferenças”, e após se ter deparado na Ucrânia com “o incomensurável sofrimento da população”.
O chefe do Governo de Viena esteve no sábado na Ucrânia, onde se reuniu em Kiev com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e visitou diversas localidades perto da capital onde existem indícios de mortes de numerosos civis pelo exército russo.
A Áustria, Estado-membro da UE, aderiu às sanções europeias contra a Rússia, apesar de não ter enviado armamento para a Ucrânia devido ao seu estatuto de país neutral.
Em simultâneo, o país da Europa central nega-se, juntamente com a Alemanha e Hungria, a apoiar um embargo europeu contras as importações de gás russo, com o argumento de que essa medida será muito penalizadora para a sua economia.
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