“O PEN America atribui o Prémio PEN/Nabokov de Literatura Internacional ao eminente escritor moçambicano Mia Couto pelo conjunto da sua obra. Couto é admirado por romances como ‘Terra Sonâmbula’ (1992) e, mais recentemente, a trilogia ‘As Areias do Imperador’ (2015, 2016 e 2018), selecionada para o Prémio Booker Internacional”, lê-se no comunicado do PEN norte-americano, citado pela editora.

De acordo com o júri do prémio, o trabalho de Mia Couto é um testemunho da dramática história da sua pátria, “bem como dos enigmas da identidade e da existência”.

Mia Couto, que escreve em português, ocupa “uma posição singular no panorama das literaturas africana e mundial”, acrescenta o júri.

O Prémio PEN/Nabokov de Literatura Internacional, no valor de 50 mil dólares (cerca de 45 mil euros), é concedido anualmente pelo PEN America, em colaboração com a Fundação Literária Vladimir Nabokov, a um autor vivo cujo corpo de trabalho, escrito ou traduzido para inglês, representa o mais alto nível de realização em ficção, não-ficção, poesia e/ou drama, segundo informação do ‘site’ oficial do galardão.

O prémio celebra autores cuja obra demonstra “originalidade duradoura e artesanato consumado”, evocando a versatilidade e o compromisso com a literatura, características da escrita de Vladimir Nabokov, acrescenta.

Fundado em 2016, este prémio distinguiu anteriormente os escritores Maryse Conde, Vinod Kumar Shukla, Ngũgĩ wa Thiong’o, Anne Carson, M. NourbeSe Philip, Sandra Cisneros, Edna O’Brien e Adonis.

Em setembro do ano passado, Mia Couto foi distinguido com o Prémio FIL (Feira Internacional do Livro de Guadalajara) de Literatura em Línguas Românicas 2024.

Mia Couto nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955, trabalhou como jornalista e professor, e atualmente é biólogo e escritor.

Prémio Camões em 2013, Mia Couto é autor, entre outros, de “Jesusalém”, “O Último Voo do Flamingo”, “Vozes Anoitecidas”, “Estórias Abensonhadas”, “Terra Sonâmbula”, “A Varanda do Frangipani” e “A Confissão da Leoa”.

Traduzido em mais de 30 línguas, o escritor foi igualmente distinguido com o Prémio Vergílio Ferreira, em 1999, com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas, em 2007, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2011, pelo conjunto da obra, entras outras distinções.

“Terra Sonâmbula” foi eleito um dos 12 melhores livros africanos do século XX, e “Jesusalém” esteve entre os 20 melhores livros de ficção mais publicados em França, na escolha da rádio France Culture e da revista Télérama.