“O que resulta de essencial dessa reunião [de chefes de Governo e de Estado europeus] não é a ameaça das sanções, é o investimento de toda a UE em explorar até ao limite as vias diplomáticas, por via do diálogo” com a Rússia, afirmou António Costa.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, um dia após os líderes da UE se terem reunido num encontro informal sobre a crise ucraniana, o chefe de Governo português defendeu “diálogo, diálogo, diálogo” com Moscovo e “todos os esforços diplomáticos”, nomeadamente em formatos bilaterais, entre os Estados Unidos e Rússia.
“Não queremos chegar a uma situação limite de ter de aplicar sanções”, vincou António Costa.
Questionado sobre eventual indecisão dos líderes europeus para avançar com estas sanções à Rússia, que podem ser por exemplo financeiras, o primeiro-ministro adiantou que “não há hesitação entre os 27 no empenho de […] assegurar, por via diplomática, o que é necessário assegurar para garantir a paz na Europa”.
Na quinta-feira, os líderes da UE estiveram reunidos numa cimeira informal em Bruxelas para analisar os últimos desenvolvimentos da crise ucraniana, ocasião na qual estudaram um pacote de sanções contra a Rússia, em caso de invasão à Ucrânia, e manifestaram solidariedade para com Kiev.
Também nesse dia, o exército ucraniano e as forças separatistas pró-Rússia acusaram-se mutuamente de bombardeamentos e de uma escalada de tensão no leste da Ucrânia, região em conflito desde 2014, em plena crise entre Moscovo e o Ocidente.
Esta escalada das tensões no leste da Ucrânia surge numa altura em que os ocidentais acreditam que a Rússia está a preparar uma invasão ao país vizinha, após ter concentrado milhares de forças militares junto à fronteira.
Moscovo nega esta intenção, mas já pediu várias exigências para resolver a crise, incluindo garantias de que a Ucrânia não integrará a NATO e o fim do programa da Aliança de alargamento para o Leste.
Ainda na quinta-feira, os Estados Unidos insistiram que não veem nenhuma evidência da retirada anunciada das unidades militares russas posicionadas perto das fronteiras da Ucrânia.
Entretanto, a NATO alertou para os alegados planos de Moscovo para aproveitar o aumento das hostilidades no leste da Ucrânia como uma “desculpa” para invadir o país vizinho.
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