“Não há nenhuma razão para pensar que o ditador Putin se comportaria de forma diferente ao negociar connosco (…) Aqueles que nos perguntam sobre isso deviam perguntar a Prigozhin: tinha um conflito com Putin, negociou com ele de forma bem-sucedida, pôs fim ao conflito, acordou umas garantias de segurança e depois Putin matou-o”, sustentou.

Assim, Kuleba insistiu em que não existem quaisquer expectativas de obter um resultado diferente em eventuais negociações com o Presidente russo, noticiou a agência de notícias Ukrinform.

A repentina morte do oligarca russo que liderava o grupo de mercenários Wagner, a 23 de agosto, no despenhamento, a norte de Moscovo, do avião em que viajava, desencadeou nos últimos dias uma onda de especulações, embora o Kremlin (Presidência russa) tenha garantido que não teve nada que ver com a queda do avião.

Putin expressou publicamente condolências, recordando contudo que o seu antigo aliado cometera “grandes erros na vida”, numa referência velada à revolta protagonizada em junho pelo líder do grupo Wagner.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro de 2022 uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez em 18 meses um elevado número de vítimas não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.

A invasão — justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.