“A ameaça terrorista ainda é alta na UE, pode ser que aumente, ainda não chegámos ao ponto mais alto, mas mantemo-nos vigilantes”, disse a comissária europeia para os Assuntos Internos, a sueca Ylva Johansson, em conferência de imprensa conjunta com o vice-presidente da Comissão responsável pela promoção do estilo de vida europeu, Margaritis Schinas, em Bruxelas.

As declarações da comissária europeia surgem após um professor ter sido esfaqueado mortalmente na passada sexta-feira numa escola secundária no norte de França por um ex-aluno radicalizado, que estava sinalizado pelas autoridades francesas, e apenas dois dias depois de um ataque em Bruxelas em que dois cidadãos suecos foram mortos a tiro por outro suspeito de extremismo.

Na conferência de imprensa, Ylva Johansson acrescentou que também houve “uma alteração nos padrões” de radicalização de pessoas dentro da UE.

“Por exemplo, há cada vez mais ataques de 'lobos solitários'. Ainda é cedo para dizer se este ataque específico em Bruxelas foi perpetrado por um 'lobo solitário', mas tudo aponta nesse sentido”, completou a comissária.

Ylva Johansson explicou que hoje a “radicalização ‘online’ é uma ameaça premente”: “Vemos cada vez mais pessoas radicalizadas em padrões que não são tradicionais. Às vezes chamo-lhe 'escolha a sua própria ideologia', já que [as pessoas radicalizadas] escolhem um pouco de ódio, contra judeus, homossexuais, mulheres, governos, o que quer que seja, e misturam-no de uma maneira muito perigosa e violenta”.

A comissária europeia para os Assuntos Internos reconheceu ainda que a exacerbação das tensões no Médio Oriente e o agravamento do conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas “pode levar à radicalização na União Europeia”.

Contudo, o vice-presidente Margaritis Schinas interveio para “alertar contra qualquer islamofobia na UE à luz do que está a acontecer”, nomeadamente, o conflito entre Israel e o Hamas e os recentes ataques em França e na Bélgica.

“Nós [a Comissão] defendemos e promovemos o estilo de vida europeu, onde todos podem existir, coexistir, em harmonia e respeito. Estas condições têm de estar presentes”, completou.