“Instamos todas as partes a evitar qualquer escalada adicional ou perda de vidas. Mais violência só prolongará o sofrimento em Gaza e piorará as expetativas de paz e segurança, tanto para os israelitas, como para os palestinianos”, referiu a porta-voz comunitária responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros.
Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, Maja Kocijancic disse que a Comissão Europeia está a acompanhar de perto os acontecimentos e lamentou que, na quinta semana de protestos em Gaza, “o fogo israelita tenha matado, uma vez mais, e causado centenas de feridos”.
“Em linha com as leis humanitárias internacionais, de nenhuma maneira devem ser colocados em perigo civis e, em particular, crianças”, acrescentou a porta-voz, sublinhando que as mortes deste domingo devem ser investigadas.
Kocijancic sublinhou que Israel deve abster-se de utilizar a força contra a população civil, ao mesmo tempo que as autoridades “de facto” em Gaza e os líderes das manifestações devem garantir a ausência de violência, manter os manifestantes afastados do “muro” e fazer com que estes não usem os protestos para encobrir ataques contra Israel.
Três palestinianos foram mortos no domingo pelo Exército de Israel quando tentavam entrar em território israelita através de uma barreira de separação na Faixa de Gaza, revelou um porta-voz das Forças Armadas.
Em comunicado, as forças armadas israelitas referem que as mortes ocorreram em dois incidentes em momentos diferentes: o primeiro quando dois palestinianos tentavam entrar pelo sul da Faixa de Gaza, tendo um morrido e o outro sido detido para interrogatório.
Momentos depois, os militares voltaram a disparar contra duas pessoas que tentaram passar a fronteira atirando “artefactos explosivos”.
São já 44 os palestinianos mortos pelas tropas de Israel desde que começaram os protestos no final de março que reivindicam o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948.
Estes protestam ainda contra o bloqueio que Israel impõe há mais de 10 anos à Faixa de Gaza, dirigida pelo movimento radical Hamas.
As sextas-feiras são o dia em que milhares de palestinianos participam nas manifestações de protesto. A maioria fica a algumas centenas de metros da barreira de segurança fortemente guardada pelo exército israelita, mas alguns aproximam-se da cerca e tentam lançar projéteis contra os soldados, arriscando a vida.
O final dos protestos está marcado para 15 de maio, o aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como a ‘Nakba’ (catástrofe).
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