"As perspetivas que foram hoje apresentadas são muito cruas e não se distanciam muito daquilo que outras previsões têm apontado, são previsões que apontam para um crescimento medíocre este ano, bastante pior do que o que o Governo espera, veremos se se confirmam ou não", afirmou o presidente social-democrata, em declarações aos jornalistas no final de um encontro de duas horas com responsáveis da CGTP-IN, na sede da central sindical, em Lisboa.
A Comissão Europeia reviu hoje em baixa as projeções de crescimento económico de Portugal, antecipando que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresça 0,9% este ano e 1,2% em 2017.
As previsões do Governo apontam para um crescimento de 1,2% em 2016 e de 1,5% no próximo ano.
Sublinhando que "não são boas notícias" as indicações dadas hoje por Bruxelas, Passos Coelho recordou que também em relação ao défice e à dívida existem previsões que estão acima do que o Governo espera.
Contudo, acrescentou, esta manhã também se soube que o emprego teve no terceiro trimestre uma evolução favorável, "muito próxima daquela que teve no ano anterior", e isso "são boas notícias".
Relativamente ao encontro com a CGTP-IN, que concluiu a ronda que o PSD fez pelos parceiros sociais no âmbito do Orçamento do Estado para 2017, Passos Coelho adiantou que se tratou de uma reunião "bastante útil", que permitiu uma "troca de impressões esclarecedora", insistindo que o debate orçamental deve ser aproveitado para "uma discussão séria" sobre a sustentabilidade da Segurança Social e do sistema previdencial.
"O facto de o Governo estar a criar um imposto novo e estar a consignar a sua receita à Segurança Social é a confissão clara de que é preciso mais recursos para a Segurança Social. Que não sejam recursos para adiar o problema, que sejam recursos para resolver o problema", frisou.
Questionado sobre as propostas que o PSD irá apresentar para a discussão na especialidade da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2017, Passos Coelho voltou a recusar antecipar o seu conteúdo, falando apenas no caso das lei das finanças locais e na necessidade de um novo quadro de atribuições e competências para as autarquias "que deveria ser clarificado ainda antes das eleições" do próximo ano.
Também em declarações aos jornalistas no final do encontro, o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, disse que o PSD não apresentou propostas concretas, tendo estado "mais preocupado em justificar políticas que fez no passado".
"O PSD parte de um pressuposto que aquilo que fez foi bem feito porque ainda podia ser pior e nós partimos de um pressuposto de que depois do que foi feito, só pode ser melhor", disse Arménio Carlos.
Contudo, acrescentou, para a CGTP-IN, apesar de algumas coisas positivas que já foram feitas, "é tempo do Governo socialista fazer mais e melhor".
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