“O início dos ensaios de vacinas marcará um ponto de viragem para o desenvolvimento de um instrumento eficaz contra o vírus”, disse numa conferência de imprensa virtual a diretora da OMS para África, Matshidiso Moeti.

O surto, que tem 141 casos confirmados e 55 mortes, registou a sua primeira morte na semana passada no distrito de Jinja, no sudeste do país, onde já tinham sido detetadas duas outras infeções.

O surto já se propagou a outros centros urbanos como a capital, Kampala, e Masaka, uma cidade no sul do país, mas está a “abrandar” em pelo menos seis dos nove distritos afetados até à data, dois dos quais já foram retirados da lista por não terem notificado casos durante mais de 42 dias, de acordo com a OMS.

“Além dos distritos que são epicentros do surto (Mubende e Kasanda, no centro do país), estamos a assistir a casos esporádicos”, disse Henry Kyobe Bosa, responsável da equipa de resposta ao Ébola no Ministério da Saúde do Uganda, salientando que ainda não foram relatadas “infeções secundárias” em Masaka.

“Com residentes altamente móveis e ambientes frequentemente apinhados, as cidades são propícias à propagação do vírus, mas o Uganda tem intensificado gradualmente a sua resposta”, disse Moeti, citada pela agência Efe.

O país receberá na próxima semana as primeiras doses de uma das vacinas candidatas para combater a estirpe do Sudão, que está a causar o atual surto no Uganda e para a qual não existe uma vacina aprovada, ao contrário da estirpe do Zaire, que foi detetada em epidemias na vizinha República Democrática do Congo (RDCongo) e noutros países.

Descoberto em 1976 na RDCongo, o Ébola é uma doença grave, muitas vezes fatal, que afeta seres humanos e primatas e é transmitida por contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados.

Provoca hemorragia grave e os seus primeiros sintomas são febre alta súbita, fraqueza e dores musculares graves, na cabeça e garganta, e vómitos.

O vírus devastou vários países da África Ocidental de 2014 a 2016, quando 11.300 pessoas morreram e houve mais de 28.500 casos.