“Descanse em paz” era a frase da coroa de flores da Brigada de Salvamento Mineiro que recuperou o corpo de Julen, uma das dezenas de coroas e ramos que chegaram de vários pontos de Espanha.
José Roselló e Victoria García, pais de Julen, familiares, amigos, vizinhos e responsáveis de várias entidades acompanharam a urna desde a casa mortuária – onde foi feita uma última oração em privado – até ao cemitério de ruas estreitas com campas que pareciam um mar de flores brancas.
Julen repousa num nicho por cima do seu irmão Oliver, que faleceu há pouco tempo também com poucos anos.
Uma equipa de psicólogos esteve presente em todos os momentos para acompanhar a família na dor, durante o resgate de Julen e no cemitério.
Algumas meninas foram até ao cemitério de flor na mão. Várias entidades como associações de mulheres e irmandades da Virgen del Carmen, patrona do mar, enviaram também flores, bem como os municípios de Málaga e Totalán e a Brigada de Salvamento Mineiro enviada das Astúrias para escavar manualmente uma galeria até chegar a Julen.
A família solicitou expressamente que esta coroa, juntamente com a sua, fosse colocada em primeiro lugar no nicho.
Os restos mortais de Julen chegaram à casa mortuária no sábado à tarde, provenientes do Instituto de Medicina Legal de Málaga, onde foi autopsiado algumas horas depois de ser resgatado sem vida, às 1h25m do mesmo dia.
A morte causou grande comoção na comuidade local e o difícil resgate complicado teve um amplo eco internacional.
Julen, que os vizinhos recordam como o menino que se passeava num triciclo de pedais verdes pelas estreitas ruas pedonais do bairro, ficará para sempre perto da sua gente, numa zona onde é tradição visitar com frequência os entes queridos no cemitério.
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