PS aponta descida do número de novas infeções e aumento da testagem

O PS considerou hoje que Portugal está "no bom caminho" na contenção da covid-19, registando uma descida dos novos casos diários de infeção, um índice de transmissão abaixo de 1 e um aumento da capacidade de testagem.

Estas posições foram defendidas pela dirigente socialista Maria Antónia Almeida Santos no final de mais uma reunião sobre a evolução da situação epidemiológica em Portugal, no Infarmed, em Lisboa.

"Após mais esta reunião com peritos, foi possível perceber que Portugal está no bom caminho. Os dados epidemiológicos mostram que Portugal continua em contra ciclo em relação a outros países, com uma tendência de decréscimo, uma incidência estabilizada e um nível de transmissão que ainda se encontra abaixo de 1", referiu a deputada do PS.

Maria Antónia Almeida Santos apontou em seguida que Portugal já iniciou na semana passada o seu processo de desconfinamento, razão pela qual os dados que se registam "são animadores".

"Foi com muito agrado que ouvimos que há um plano de testagem massiva, que já se iniciou e com bons resultados. A taxa de positividade baixou bastante, o que nos deve animar, mas não fazer baixar a guarda", advertiu.

Perante os jornalistas, Maria Antónia Almeida Santos referiu que a capacidade de testagem "vai continuar a aumentar", abrangendo os setores público, privado e social, assim como as autarquias.

"Vamos chegar ao ponto de se testar em eventos sociais, quando eles forem possíveis. Portando, estamos a seguir uma trajetória sempre com muito cuidado no sentido de podermos recuperar a nossa liberdade, a nossa mobilidade e sempre com saúde", declarou.

A dirigente socialista salientou ainda que, a par da testagem, "foi também aumentada a capacidade de vacinação".

"Em breve, nesta semana, vamos atingir um milhão de portugueses vacinados já com a primeira dose. Vamos ter uma capacidade de vacinação sempre a aumentar", sustentou.

No entanto, em relação ao período da Páscoa, Maria Antónia Almeida Santos, deixou um aviso.

"É preciso ter cuidado e não deitar tudo abaixo, depois de um esforço imenso que a sociedade portuguesa tem feito. Principalmente no período da Páscoa, é preciso que haja consciência de que algum facilitismo, nem que seja de forma espontânea, pode comprometer o nosso futuro muito próximo", acrescentou.

CDS-PP acusa Governo de criar "irresponsavelmente" perceção de insegurança

O CDS-PP acusou hoje o Governo criar “irresponsavelmente” uma perceção de insegurança com a suspensão da vacina da AstraZeneca e lamentou que até à semana passada a testagem nas escolas tenha ficado “abaixo de 0,1%”.

Num vídeo divulgado aos jornalistas no final da reunião sobre a evolução da pandemia, a porta-voz do CDS-PP indicou que “foram apresentados dados muito importantes quanto à fiabilidade da vacinação, quanto à eficácia da vacinação”.

Cecília Anacoreta Correia lamentou que “o Governo tenha irresponsavelmente criado na última semana a perceção de insegurança das vacinas ao suspender levianamente a vacina da AstraZeneca” e apelou “a todos” que “aproveitem as oportunidades de vacinação”.

“Porque a vacinação é a forma mais eficaz de nos protegermos a todos como comunidade contra esta pandemia” associada ao novo coronavírus, salientou.

O CDS está preocupado também “quanto à forma como o contexto escolar está a ser protegido” na reabertura das escolas.

Segundo Cecília Anacoreta Correia, na reunião do Infarmed “foi apresentada informação sobre a testagem entre o dia 01 e 19 de março”, a última sexta-feira, que “terá ficado abaixo dos 0,1% em contexto escolar”.

As autoridades de saúde preveem também “no final da próxima semana ter apenas 28% dos professores e pessoal auxiliar e educativo vacinado”, indicou a centrista, considerando que esta é “uma forma muito pouco prudente de preparar a fase pré e pós abertura das escolas e, sobretudo, de sossegar as comunidades escolares e as famílias quanto à preparação e planeamento de uma eventual nova vaga da pandemia”.

“Quanto ao plano de testagem, os especialistas veicularam uma ideia já aqui trazida pelo CDS em anteriores reuniões, que é a necessidade de aumentar o número de testes PCR, que são aquele tipo de testes que permite um controlo das novas variantes e estirpes da doença”, afirmou a porta-voz.

Para o CDS-PP, “além desse aumento de testes” é também preciso “reforçar o controlo das fronteiras”.

“Sobretudo porque temos novas variantes que nos chegam de países com os quais temos particulares relações de proximidade, como países africanos e o Brasil, e de onde as estirpes são particularmente perigosas algumas porque escapam à proteção das vacinas existentes”, argumentou a dirigente.

Cecília Anacoreta Correia defendeu ainda que o aumento da vacinação, da prescrição de testes PCR e do controlo das fronteiras “são três planos fundamentais” para “prevenir uma eventual nova vaga e sobretudo preparar o desconfinamento”.

PCP critica quem quer "dificultar desconfinamento"

O PCP destacou hoje que Portugal "apresenta a melhor situação epidemiológica" da União Europeia e criticou quem quer "introduzir obstáculos" e "dificultar o desconfinamento", reiterando a necessidade de retoma das atividades económicas, culturais e desportivas.

Num vídeo enviado aos jornalistas no final de uma reunião sobre a situação da covid-19 em Portugal, que decorreu no Infarmed e reuniu políticos e especialistas por videoconferência, Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, afirmou que existe "uma evolução positiva dos principais indicadores sobre a situação epidemiológica".

De acordo com o dirigente, foi registada "uma redução consolidada nomeadamente da incidência cumulativa a 14 dias por 100 mil habitantes" e uma "diminuição do número de internamentos em enfermaria e nas unidades de cuidados intensivos, mantendo-se a taxa de transmissibilidade em valores baixos".

"Portugal é neste momento o país que apresenta a melhor situação epidemiológica, estável e com tendência de redução do número de casos positivos e de internamentos, quando comparado com os países que integram a União Europeia", destacou.

O PCP vê "com preocupação que, apesar da consolidação da evolução positiva dos indicadores epidemiológicos, persistem opiniões no sentido de introduzir obstáculos e de dificultar o desconfinamento prejudiciais para o país e as populações".

Jorge Pires reiterou que a "perceção da população em relação à epidemia, a degradação da saúde mental e o aumento do número daqueles que manifestam grande dificuldade em cumprir o “ficar em casa” e em “não visitar familiares/amigos”", revela a necessidade de "o país retomar as atividades económicas, culturais e desportivas, definindo com clareza as medidas de prevenção e proteção da saúde, e disponibilizando os apoios necessários à sua implementação".

PSD pede Governo “mais competente e menos incontinente” e compreende cautela de Marcelo

O PSD pediu hoje um Governo “mais competente e menos incontinente” na gestão da pandemia, e disse “compreender muito bem” as cautelas do Presidente da República, apesar de reconhecer que “há sinais positivos”.

Em declarações aos jornalistas, o dirigente e deputado social-democrata Maló de Abreu foi questionado sobre a possibilidade, admitida na segunda-feira pelo Presidente da República, de o quadro legal do estado de emergência se prolongar até maio.

“Compreendo muito bem os avisos e a atenção do senhor Presidente da República, todos nós, todos os portugueses que passámos por este ano de pandemia têm uma preocupação: que não passemos por novas vagas, ainda mais difíceis”, afirmou, defendendo que tal só é possível com “uma política firme, de contenção, uma política que não caia no desleixo ou na tentação de facilitismos”.

O vogal da Comissão Política Nacional do PSD quis deixar uma palavra do Governo, pedindo que seja “mais competente e menos incontinente”.

“Um Governo mais competente é um Governo que aposte em mais vacinas, em mais testes e aposte também em tomar mais cuidado nas fronteiras, porque há variantes que são mais perigosas e que podem causar problemas”, defendeu.

Por outro lado, António Maló de Abreu pediu um Governo “menos incontinente”.

“Vimos o primeiro-ministro no último fim de semana manter a máscara, mas despir o casaco de primeiro-ministro e a vestir o de secretário-geral do PS, dizendo que a oposição não apresentava propostas”, apontou.

Na resposta, o deputado considerou que o PSD se afirmou “desse há muito tempo como alternativa, tendo feito mais de 250 propostas, incluindo há mais de seis meses um plano muito específico de combate à pandemia”, que tinha como pilares a testagem e a vacinação.

“O senhor primeiro-ministro não leu, não quis ler, mas pelo menos aprendeu que era necessário mudar de política e pode ser que esta política nova dê melhores resultados”, afirmou.

O deputado do PSD admitiu que existem “sinais positivos” de diminuição na incidência geral da pandemia e, em particular, nos grupos de risco, mas defendeu que existem razões para manter as cautelas, como um novo aumento dos casos de covid-19 na Europa e a mobilidade aumentada dentro do país.

“É preciso muito cuidado, olhar para a economia e para as questões sociais, mas também não perder de vista as questões de saúde (…) Tudo tem de ser gradual e cuidadoso”, defendeu.

Maló de Abreu saudou ainda “as mulheres e homens da ciência” que hoje contribuíram para as apresentações feitas no Infarmed, considerando que foram “muito claros” e melhoraram muito, ao fim de um ano de pandemia.

BE volta a reiterar necessidade de "testagem massiva" com resolução

O deputado do BE Moisés Ferreira voltou hoje a defender a importância do aumento da testagem para garantir um desconfinamento seguro no contexto do combate à covid-19, assim como a libertação das patentes das vacinas.

“Aquilo que, neste momento, é de retirar como conclusão desta reunião do Infarmed – a primeira depois do início do desconfinamento – é de que é preciso mesmo apostar muito na testagem massiva em Portugal”, vincou, nos Passos Perdidos do parlamento.

Para o parlamentar bloquista, “se não se apostar na testagem, é possível que se perca novamente o controlo da transmissibilidade do vírus”, algo que não se pode “deixar que aconteça”.

“O BE está a preparar uma iniciativa legislativa, que apresentará ainda esta semana na Assembleia da República, exatamente com algumas medidas concretas”, anunciou ainda.

O parlamentar bloquista voltou também a defender que Portugal, até como estado-membro atualmente com a Presidência do Conselho Europeu, deve “defender o levantamento das patentes das vacinas” anti-covid-19 e “garantir que toda a tecnologia de combate” à pandemia “é propriedade pública e as vacinas um bem-comum”.

Ventura diz que país não aguenta estado de emergência até maio

O presidente do Chega considerou hoje que o país não aguenta estar em estado de emergência devido à pandemia de covid-19 até maio, como admitiu o Presidente da República, e criticou o Governo socialista pela “desorganização geral”.

“O Chega não apoiará este estado de emergência novamente, como não tem feito em relação aos últimos. Ouvi com estupefação o Presidente dizer que quer estado de emergência até maio. Eu não sei em que país vive e quer viver. Sei uma coisa, o país não vai continuar a aguentar isto”, argumentou.

O deputado único do partido da extrema-direita parlamentar exigiu esclarecimentos sobre as atividades económicas que poderão voltar a funcionar e qual o respetivo horizonte temporal.

“O Governo, o que nos diz é: ‘vejam o que está a acontecer em França, na Alemanha... vamos ter que ter muito cuidado, abrir muito progressivamente, se calhar, vamos ter de voltar atrás’. Como se fosse culpa da população o que está a acontecer! A culpa é da desorganização geral em que o Governo organizou os processos de confinamento, de desconfinamento, de testagem e de vacinação”, afirmou.

Ventura apontou o caso espanhol como exemplo, já que “optou por manter as coisas abertas” e “lutar contra a pandemia com os meios que tinha”.

“Sabe qual é o problema? É que nós não temos esses meios. O problema é que o tal milagre do sistema nacional de saúde não existe. Os hospitais, À mínima fragilidade, entram em colapso, como aconteceu em dezembro e em janeiro”, disse.

IL considera excessivo possível prolongamento da emergência até maio

A Iniciativa Liberal considerou hoje que a possibilidade de prolongar o estado de emergência até maio é "excessiva" e sugeriu que o próximo decreto presidencial exclua os "poderes abusivos" conferidos ao Governo mas nunca utilizados.

“Dizer, com um mês de antecedência, que se vai precisar de fazer isso até meados de maio parece-nos excessivo e parece-nos um sinal dado que os sacrifícios e os esforços que as pessoas estão a fazer acabam por não ter um reflexo prático, porque as suas vidas continuam neste limbo que não é agradável para ninguém”, declarou hoje o deputado único da IL, João Cotrim de Figueiredo.

O deputado acrescentou que é “excessivo" mas afirmou que não tem uma posição fechada sobre "se é necessário ou não" porque "depende da evolução obviamente da pandemia”.

Cotrim de Figueiredo apelou ao cumprimento dos “direitos constitucionais das pessoas” e a incluir apenas no decreto presidencial “o que é efetivamente útil para combater a pandemia”.

“Foi esta a mensagem que enviámos ao senhor Presidente da República, que nos pediu que expuséssemos concretamente quais eram os temas em que nós víamos essa inutilidade dos poderes conferidos pelo decreto, que faremos durante a tarde, e vamos ver se tem acolhimento na redação final do decreto”, adiantou.

Quanto à reunião que juntou hoje especialistas e políticos no Infarmed, Cotrim de Figueiredo considerou que a sessão foi “interessante do ponto de vista técnico mas menos útil do ponto de vista político”, insistindo na falta de articulação entre a “matriz de risco” apresentada pelo Governo e o que está a ser feito na testagem, rastreio e vacinação.

PAN acompanha novo estado de emergência, mas alerta para vacinação atrasada

O porta-voz do PAN declarou hoje que o seu partido vai voltar apoiar a renovação do estado de emergência devido à pandemia de covid-19, mas sublinhou a preocupação com os atrasos na vacinação dos portugueses.

“Relativamente à renovação do estado de emergência, nós vamos acompanhar porque, pese embora estarmos num plano de desconfinamento, carece ainda de medidas legitimadas por cobertura legal e constitucional. É um procedimento que termos de manter. Esperemos que, daqui por 15 dias, as medidas que tenham de ser aplicadas já não necessitem dessa cobertura jurídica”, disse André Silva.

O deputado do PAN falava aos jornalistas nos passos perdidos do parlamento após audiência virtual com o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e de mais uma sessão de esclarecimento sobre a situação epidemiológica em Portugal por parte de especialistas vários, no Infarmed.

“Há uma preocupação da parte do PAN relativamente ao plano de vacinação que está bastante atrasado: apenas um milhão de primeiras tomas, meio milhão de vacinas consumadas. No caso em concreto da faixa etária 40-60 anos, ela está bastante desprotegida e é importantíssima para a imunização de grupo”, salientou, defendendo ainda o alargamento da testagem e do rastreamento.

PEV

Os “Verdes” alertaram hoje para o cansaço da população quanto às medidas de confinamento e restrições, considerando que não é tempo de discutir estados de emergência mas sim o de fazer um “caminho de esperança”.

“Quando reunimos com o senhor Presidente da República fizemos questão de dizer que este não seria o tempo de estarmos a discutir mais estados de emergência mas sim o tempo de começarmos a dar esperança aos portugueses para que se possa desconfinar de forma segura”, defendeu a deputada Mariana Silva, do Partido Ecologista “Os Verdes”.

A deputada falava aos jornalistas na Assembleia da República depois da habitual videoconferência com o Presidente da República e da reunião com políticos e especialistas no Infarmed sobre o estado da pandemia no país.

Questionada sobre a possibilidade avançada pelo chefe de estado português de prolongamento do estado de emergência até maio, a deputada do PEV lamentou esta opção, uma vez que não acredita “que seja com repressão e o constante visionamento daquilo que as pessoas andam a fazer nas suas vidas” que se faz com que as pessoas “tomem as medidas de segurança necessárias”.

“O cansaço, a fadiga pandémica, também já está esclarecido pelos técnicos, faz com que as pessoas deixem de tomar algumas medidas de segurança e aquilo que deveríamos estar a fazer era reforçar a comunicação”, adiantou.