“As portas da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) continuam abertas e, um dia, a Ucrânia será membro da aliança. Mas a curto prazo, a prioridade é dar apoio à Ucrânia para lhe permitir fazer mais avanços no campo de batalha e assegurar que acaba a guerra de uma forma que lhe garanta que continuará a ser um país soberano”, declarou Jens Stoltenberg, numa entrevista no fórum de Berlim organizado pela Fundação Körber.
“Essa é a condição prévia para qualquer debate sobre a sua adesão”, acrescentou o líder político da NATO (bloco de defesa ocidental), quando, questionado sobre a situação da adesão da Finlândia e da Suécia, apontou as diferenças existentes em relação a Kiev.
Helsínquia e Estocolmo já eram parceiros próximos da Aliança Atlântica e participavam em missões e diálogo político com os restantes aliados, indicou, ao passo que, no caso da Ucrânia, o país está no meio de uma guerra, e “a prioridade é enviar apoio militar”.
Stoltenberg insistiu ainda que o apoio militar da NATO à Ucrânia não tem precedentes e está a ser fundamental para o avanço da contraofensiva ucraniana no terreno.
“Sem a ajuda dos aliados, [as forças ucranianas] não teriam conseguido fazer estes avanços e repelir as tropas russas”, recordou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 237.º dia, 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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