Numa iniciativa sobre sustentabilidade dos oceanos, Alec Baldwin chamou ao palco Marcelo Rebelo de Sousa apresentando-o como um chefe de Estado que "nada todos os dias, mesmo em viagens ao estrangeiro, e com tanta frequência que o seu corpo de segurança tem de fazer treino de natação para conseguir acompanhá-lo".

Depois de deixar uma mensagem sobre a importância dos oceanos para o clima, perante representantes do Palau, da Noruega e do Quénia, que também participaram neste encontro, o Presidente português confirmou que nada "todos os dias, onde quer que esteja".

Logo de seguida, Marcelo Rebelo de Sousa observou que isso em Nova Iorque "não é impossível, mas não é a melhor ideia do mundo".

Provocando risos, o chefe de Estado prosseguiu: "É verdade que os agentes que é suposto acompanharem-me - eles são da polícia, não são normalmente da Marinha - não estão habituados a nadar, portanto ou têm de aprender ou têm realmente de fazer algum exercício".

Entre as suas "experiências únicas" como nadador, Marcelo Rebelo de Sousa contou um episódio no Sul da Rússia: "Fui nadar, com dois portugueses e dois russos atrás de mim. Os russos, bem, ao fim de algumas centenas de metros desistiram, só os portugueses continuaram a tentar seguir o meu ritmo".

"Temos de cuidar dos oceanos. Não podem imaginar o que eu vejo, felizmente, não em Portugal, mas noutros lugares, de poluição nos oceanos", acrescentou, convidando todos a comparecerem na conferência que se irá realizar em Lisboa em junho do próximo ano.

Quando o Presidente português terminou a sua intervenção, feita em inglês, Alec Baldwin virou-se para a assistência e perguntou: "Não ouvi o discurso do Trump de hoje, como é que ele se saiu? Tornou a América grande outra vez?".

Marcelo Rebelo de Sousa, que ia precisamente para uma receção oferecida pelo Presidente dos Estados Unidos da América aos chefes de Estado que participam nesta 74.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, apressou-se a sair de cena, mas primeiro retomou o microfone.

"Eu tenho de ir embora, caso contrário o Presidente Trump irá considerar a minha ausência um gesto político", justificou, colocando-se de repente ao lado do ator, para logo desaparecer.

Alec Balwin, que está habituado a personificar Donald Trump, virou-se então para Marcelo Rebelo de Sousa, com a expressão e o modo de falar do Presidente dos Estados Unidos da América, e pediu-lhe que voltasse para trás: "Volte, por um segundo, volte".

O Presidente português, no entanto, já se tinha ido embora e não voltou.

*Reportagem Inês Lima/Lusa