O Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências (ECATD-CAD) é representativo dos alunos do ensino público entre os 13 e os 18 anos (26.319 alunos de 734 escolas) e é feito de quatro em quatro anos, da responsabilidade do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, SICAD.
Diz o documento, a que a Lusa teve acesso, que 68% dos inquiridos já tomaram uma bebida alcoólica ao longo da vida, sendo que 59% disseram que beberam nos últimos 12 meses antes do inquérito (feito no ano passado).
Os que beberam no mês anterior são 38% mas os consumidores diários são apenas 02% e estes escolhem a cerveja.
As bebidas mais consumidas são as destiladas (28%), as “alcopops” (27%, sabor a frutas e baixo teor de álcool) e a cerveja (26%).
Quanto ao tabaco, a segunda substância psicoativa mais consumida, 38% dos alunos disseram ter fumado alguma vez na vida, 29% disseram que fumou no último ano, e 18% fumaram no último mês antes do inquérito.
Os jovens fumam essencialmente os cigarros tradicionais, seguindo-se os cigarros eletrónicos e só depois o tabaco aquecido, mas apenas 04% disseram fumar diariamente.
Em relação a drogas ilícitas 15% disseram que já alguma vez consumiu, mas só 06% admitiram tê-lo feito no mês anterior ao inquérito. A canábis é a droga mais consumida, especialmente a nível de experimentação. Os jovens que experimentaram outras drogas foram 05%, mas menos de 01% disse ter usado no último mês antes do inquérito.
No inquérito os jovens foram também questionados sobre o uso de tranquilizantes, com 17% a dizerem que já tinham consumido, por indicação médica, sendo que 12% usaram estimulantes cognitivos. A experimentação de tranquilizantes sem prescrição médica foi admitida por 05%.
O consumo de tabaco e drogas ilícitas é superior nos rapazes, mas no consumo de álcool não há grandes diferenças entre sexos, como também não há no consumo para ficar embriagado. Mas são as raparigas que mais consomem medicamentos, com ou sem receita médica.
O estudo nota também que os consumos aumentam com a idade (quatro vezes mais dos 13 para os 18 anos) e que o álcool e o tabaco são as substâncias cujo consumo começa mais cedo: mais de um terço já tinha consumido uma bebida alcoólica aos 13 anos, e 15% fumaram um cigarro com a mesma idade.
Quanto à Internet e redes sociais quase todos os alunos (96%) disseram ter acedido a redes sociais na semana antes do inquérito e 72% disseram ter jogado algum jogo eletrónico no último mês. O jogo a dinheiro (apostas desportivas por exemplo) é pouco frequente (13%) e muito mais comum entre os alunos mais velhos.
Álcool e tabaco são as principais substâncias consumidas por jovens
O álcool é a principal substância psicoativa consumida pelos jovens alunos, seguido do tabaco, segundo um estudo hoje divulgado, no qual se conclui que os comportamentos de maior risco são limitados a uma minoria.
Face ao estudo anterior, em 2015, as prevalências de agora não diferem de forma substancial, salienta o estudo, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, SICAD.
O Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências (ECATD-CAD) é representativo dos alunos do ensino público entre os 13 e os 18 anos (26.319 alunos de 734 escolas) e é feito de quatro em quatro anos.
Das conclusões, além do álcool e tabaco, salienta-se a expressão “bem menor” do consumo de determinados medicamentos e de substâncias ilícitas. E que o uso da Internet é generalizado, bem como os jogos eletrónicos, sendo menos prevalente o jogo a dinheiro.
“Concluiu-se que os comportamentos de maior risco estão limitados a uma minoria de inquiridos e são mais esporádicos do que frequentes. Mesmo que de forma experimental, a generalidade dos alunos tem práticas que, pelo facto de serem menores, lhes estão vedadas e outras que são de todo ilícitas”, diz-se nas conclusões do documento.
Os alunos, conclui-se também, dizem em grande percentagem que é fácil o acesso a álcool e tabaco e que estes dois produtos são não só os mais consumidos como aqueles cujo consumo se inicia mais precocemente.
Quanto a 2015 no caso do álcool há uma ligeira descida no tempo de consumo e os casos de embriaguez são também menos, mas essencialmente nos homens, já que face a 2015 há um ligeiro aumento do consumo por parte das mulheres, com uma aproximação aos homens nos padrões de consumo.
No caso do tabaco há também uma tendência de descida, ainda que haja uma ligeira subida no uso de cigarros eletrónicos, especialmente junto dos rapazes.
Quanto ao consumo de drogas ilícitas, nota o estudo a que a Lusa teve acesso que há também uma tendência de descida, quer a nível de experimentar quer a nível de consumir. Quanto a consumo recente há uma descida no caso de canábis, mas há uma ligeira subida em relação a outras drogas.
O que aumentou consideravelmente em relação a 2015 foi o consumo ao longo da vida de tranquilizantes com receita médica, uma subida em todas as idades. Como também aumentou o jogo a dinheiro, quer nos rapazes quer nas raparigas.
“De um modo geral, as tendências identificadas refletem-se em todos os grupos etários entre os 13 e os 18 anos. No que diz respeito aos agravamentos dos consumos nocivos de álcool, bem como aos de drogas ilícitas, é entre o grupo de 16 anos que tal mais se faz sentir”, afirma-se no documento.
Em relação à perceção que os alunos têm de facilidade de acesso a todos estes produtos há uma evolução clara entre o inquérito de 2015 e o agora revelado (mas feito em 2019). Agora há muito menos jovens a considerar fácil ou muito fácil o acesso aos cigarros tradicionais e à canábis. Mas há muitos mais a dizer que é fácil o acesso a tranquilizantes com receita médica.
No álcool a ideia é que o vinho e a cerveja têm o acesso menos facilitado, mas é mais fácil comprar bebidas destiladas, nomeadamente as chamadas “alcopops”, as bebidas com teor alcoólico baixo e com sabor a frutas.
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