“Foi com grande tristeza, embora sem surpresa, que tomei conhecimento do falecimento do Presidente Jacques Chirac pois sabia que se encontrava doente há já bastante tempo e que o seu estado de saúde se vinha progressivamente a deteriorar”, referiu a nota.

Jorge Sampaio disse que manteve com Chirac “as melhores relações de trabalho e amizade ao longo dos anos” em que ocuparam cargos públicos nos seus respetivos países.

“Os nossos mandatos como chefes de Estado coincidiram no tempo, o que nos permitiu construir e estreitar laços pessoais, bem como obrar para a aproximação das relações entre Portugal e a França”, sublinhou o comunicado.

Durante esses anos, segundo a nota, os dois Presidentes efetuaram “múltiplas visitas mútuas” e enfrentaram “alguns desafios europeus e internacionais importantes” que os levaram a desenvolver contactos estreitos e a afinar posições, independentemente das suas “diferentes filiações políticas”.

“Lembro com especial carinho a visita de Estado que efetuei a França em abril de 2005 e que representou o culminar de um relacionamento próximo entre ambos os países”, declarou Sampaio.

“Jacques Chirac era um homem afável, dinâmico, muito comunicativo, com um enorme sentido de patriotismo e convicções europeias fortes e que apreciava Portugal e os portugueses”, acrescentou.

Jorge Sampaio ainda afirmou que o visitou na sua Fundação (Chirac) já depois de ambos terem deixado as suas funções presidenciais e que o ex-Presidente francês “sempre demonstrou grande cordialidade e uma tocante simpatia”.

O antigo Presidente da França Jacques Chirac morreu hoje, aos 86 anos, anunciou o seu genro, Frédéric Salat-Baroux.

“O Presidente Jacques Chirac morreu esta manhã pacificamente e acompanhado pela sua família”, disse Salat-Baroux, marido da filha mais nova do antigo Presidente, Claude Chirac.

Chefe de Estado de França entre 1995 e 2007, Jacques Chirac teve uma das carreiras políticas mais longas da Europa, ao completar 40 anos em diversas posições políticas, incluindo cargos como Presidente da República, primeiro-ministro, vice-ministro, presidente da câmara de Paris e líder do partido.

O antigo Presidente de França, que há vários anos não aparecia em público, sofria de perda de memória, possivelmente causada por uma forma da doença de Alzheimer ou um derrame que teve enquanto estava na Presidência.