Cerca de 50 jovens ativistas concentraram-se cerca das 11:30 no Largo Camões, tendo desfilado pouco depois em direção ao Ministério do Ambiente, mas a marcha foi momentaneamente interrompida quando a polícia revistou três manifestantes aos quais apreendeu dois “engenhos pirotécnicos” e um saco com tintas.
O desfile prosseguiu com palavras de ordem contra a exploração de energia fóssil e, ao subirem a Rua do Século, já próximo ao Ministério Ambiente, os manifestantes conseguiram libertar fumos nas cores de vermelho, verde e negro de engenhos semelhantes aos apreendidos pela PSP.
Os manifestantes tentaram derrubar a barreira policial colocada junto ao Ministério do Ambiente, o que gerou alguns momentos de tensão e levou às três detenções.
Por volta das 12:00, um agente da PSP avisou o comando que se a situação se mantivesse “teria de usar outro tipo de força”, tendo poucos minutos depois chegado um núcleo da Equipa de Prevenção e Reação Imediata (EPRI).
Em declarações à Lusa, Beatriz Xavier, porta-voz do movimento fim ao fóssil, disse que são necessárias “ações disruptivas” para fazer mudar o sistema.
"Se é para ter um futuro tem de ser disruptiva", acrescentou Beatriz lembrando que para hoje ter direito ao voto outras mulheres tiveram de lutar no passado.
Os jovens adaptaram à luta em defesa do clima o cântico italiano transformado em hino de resistência "bella ciao", gritando que sem mudança "terra ciao".
Durante o percurso entre o Largo Camões e o edifício da Rua do Século onde está instalado o Ministério tutelado por Duarte Cordeiro várias foram as palavras de ordem: "Não há paz até ao último inverno de gás", "não há direito à vida sem a transição" enérgética, "fim ao fóssil até 2030".
Os estudantes que dão corpo a esta luta defendem um sistema público de energia limpa.
Já perto do final da manifestação uma palavra dirigida ao ministro, com recurso a vernáculo, instava Duarte Cordeiro a ter a coragem de não mandar a "polícia para as revoluções".
À porta do Ministério do Ambiente, os estudantes que se movem pelo fim ao fóssil anunciaram outros camaradas se encontravam a tentar ocupar o Ministério das Infraestruturas dando corpo a outro slogan usado na manifestação - Ocupar e bloquear.
Em comunicado divulgado ao final da manhã, o grupo de ativistas deu também conta de uma ação no Ministério das Finanças com o mesmo propósito.
Os estudantes exigem uma "mudança sistémica" que envolva todos os ministérios na defesa do planeta e na transição para energias renováveis.
Os ativistas têm realizado manifestações e ações para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno em que o gás fóssil é utilizado em Portugal. Para o dia de hoje, o estudantes pretendiam "ocupar" o Ministério do Ambiente, numa ação a que chamaram "visita de estudo".
(Notícia atualizada às 13h59)
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