Hoje, 1 de janeiro, dia em que a Igreja celebra a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, o Papa Francisco dedicou o tempo da homilia à "Mãe de Deus". "Na vida fragmentada de hoje, onde nos arriscamos a perder o fio à meada, é essencial o abraço da Mãe. Há tanta dispersão e solidão à nossa volta! O mundo está todo conectado, mas parece cada vez mais desunido”, referiu na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Por isso, o Papa refere a importância das mães nos dias de hoje. "Um mundo que olha para o futuro, privado de olhar materno, é míope. Aumentará talvez os lucros, mas jamais será capaz de ver, nos homens, filhos. Haverá ganhos, mas não serão para todos. Habitaremos na mesma casa, mas não como irmãos. A família humana fundamenta-se nas mães. Um mundo, onde a ternura materna acaba desclassificada a mero sentimento, poderá ser rico de coisas, mas não rico de amanhã", justificou.

Como consequência por se seguir por "conta própria", o Papa refere que são muitos aqueles que "perdem a direção, creem-se fortes e extraviam-se, livres e tornam-se escravos! Quantos, esquecidos do carinho materno, vivem zangados com eles mesmos e indiferentes a tudo! Quantos, infelizmente, reagem a tudo e a todos com veneno e malvadez! A vida é assim. Mostrar-se mau, às vezes, até parece um sinal de fortaleza; mas é só fraqueza! Precisamos de aprender com as mães que o heroísmo está em doar-se, a fortaleza em ter piedade, a sabedoria na mansidão".

Ainda nesta terça-feira, na primeira oração do Angelus deste ano, o Papa afirmou que "a política não é reservada apenas aos governantes".

"Somos todos responsáveis pela vida da cidade, pelo bem comum e a política é boa na medida em que cada um contribui com a sua parte para o serviço da paz", acrescentou o pontífice argentino no balcão do Palácio do Vaticano que dá para a praça de São Pedro.

O tema escolhido este ano para a 52.ª edição do Dia Mundial da Paz é "a boa política deve estar a serviço da paz". Neste dia, promovido pelo Papa Paulo VI, o pontífice aproveita a oportunidade para enviar uma mensagem sobre a paz aos líderes mundiais.

Já a 8 de dezembro de 2018 foi divulgada, pela Santa Sé, a mensagem de Ano Novo do Papa Francisco.

No início da mensagem do 52.º Dia Mundial da Paz, Francisco começa por referir que "oferecer a paz está no coração da missão dos discípulos de Cristo. E esta oferta é feita a todos os homens e mulheres que, no meio dos dramas e violências da história humana, esperam na paz". Por isso, os votos do Papa são claros: "A paz esteja nesta casa!", lê-se.

Com destaque para a política, o Papa deixa também um alerta. "Com efeito, a função e a responsabilidade política constituem um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir o seu país, proteger as pessoas que habitam nele e trabalhar para criar as condições dum futuro digno e justo. Se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, a política pode tornar-se verdadeiramente uma forma eminente de caridade".

Mais adiante, critica a situação política vivida no mundo, referindo que "não faltam infelizmente os vícios",  "devidos quer à inépcia pessoal quer às distorções no meio ambiente e nas instituições".

Para isso, uma proposta de solução: "quando a política se traduz, concretamente, no encorajamento dos talentos juvenis e das vocações que requerem a sua realização, a paz propaga-se nas consciências e nos rostos. Torna-se uma confiança dinâmica, que significa «fio-me de ti e creio contigo» na possibilidade de trabalharmos juntos pelo bem comum", diz Francisco.