"Como o IPMA tem informado, iremos ter, sobretudo a partir de sábado e até terça-feira, uma alteração significativa do estado do tempo, com agravamento das temperaturas, sobretudo em todo o interior Norte e Centro, Alentejo e Algarve. Esse aumento das temperaturas será acompanhado de um aumento do risco de incêndio", começou por apontar o primeiro-ministro.
O chefe do Governo falava em declarações à comunicação social, no final do briefing operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, onde esteve com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
António Costa referiu que, durante o briefing da ANEPC procurou perceber a situação do país "no caso de ser necessário intervir", alertando contudo que "um Portugal sem chamas depende também de todos nós, ao evitarmos comportamentos de risco".
"Gostaria particularmente de enfatizar a necessidade de evitar, ao longo destes dias, a utilização de máquinas agrícolas, de ferramentas, que são muitas vezes instrumentos que inadvertidamente desencadeiam as fagulhas, das quais resultam muitos dos grandes incêndios", frisou.
"A melhor forma que temos de apoiar aqueles que no terreno, qualquer que seja a sua qualidade de agente de proteção civil, e os nossos bombeiros muito em particular, é cada um de nós evitar comportamentos de risco", reforçou, recordando que há "muitos que arriscam as vidas por todos nós".
Por sua vez, André Fernandes, Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, explicou o que está a ser feito em preparação para os próximos dias.
"Do ponto de vista operacional, vamos pré-posicionar — e já estão a ocorrer esses pré-posicionamentos — vários grupos de combate aos incêndios rurais", em vários pontos do país: "um no distrito de Bragança, outro no distrito de Viseu, mais um grupo em Castelo Branco e um no Algarve.
Por sua vez, há também meios especializados no terreno, "nomeadamente de análise do uso do fogo por parte da força especial de Proteção Civil" no Algarve e vai ser "reposicionada uma parelha de aviões médios anfíbios que vai deixar de estar em Ovar e vai passar a estar em Viseu", para dar resposta caso seja necessário, face ao risco na região.
Além disso, a Proteção Civil vai "verificar as condições meteorológicas para os próximos dias, diariamente, através do centro de coordenação operacional nacional e dos centros de coordenação operacionais distritais", pelo que, caso seja necessário "finar o posicionamento" dos meios, essa medida será tomada.
Quanto às torres de vigilância, o Comandante André Fernandes referiu que existem 103 no total e que "apenas duas se encontram em fase de restauração de sistema", pelo que "até ao final do próximo fim de semana se pretende que fiquem completamente operacionais".
Relativamente aos 12 drones comprados o ano passado para vigilância dos incêndios, a Proteção Civil referiu que está a ser feita uma avaliação da sua utilização e que, na falta da sua disponibilidade, a Força Aérea "tem outros meios aéreos que irá disponibilizar à GNR para fazer o reforço da vigilância e deteção de incêndios".
Como vai estar o tempo nos próximos dias?
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje 12 distritos de Portugal continental em aviso amarelo devido ao calor e cinco deles vão passar a aviso laranja na sexta-feira.
Segundo o IPMA, Bragança, Évora, Faro, Vila Real, Setúbal, Santarém e Lisboa vão estar sob aviso amarelo até às 16:00 de sábado.
Nos distritos de Beja, Castelo Branco, Portalegre e Braga, o aviso amarelo dura até às 12 de sexta-feira, passando depois para aviso laranja até às 17:00 de domingo, enquanto na Guarda o aviso será apenas até às 18:00 de sábado.
Também a ilha da Madeira vai estar com aviso amarelo devido às temperaturas elevadas a partir de sexta-feira e até domingo.
Na quarta-feira, a Proteção Civil colocou cinco distritos do interior norte, centro e sul em alerta laranja no próximo fim de semana, devido ao risco de incêndio potenciado pelas condições meteorológicas previstas.
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