O trabalho realizado pelo norte-americano Instituto Internacional para a Exploração das Espécies, do College of Environmental Science and Forestry (ESF ou Colégio da Ciência Ambiental e Florestal), e hoje divulgado, indica que a maior descoberta foi uma árvore com 40 metros, encontrada no Brasil.

Entre as novidades de menores dimensões está um organismo unicelular.

As melhores descobertas também incluem dois habitantes do mar, um peixe do fundo do Oceano Pacífico e um crustáceo brilhante, com dois tipos de pés, das águas do Antártico.

A 11.ª lista anual apresenta igualmente um besouro que parece uma parte de uma formiga, uma planta associada a um fungo, uma bactéria que parece um cabelo e um besouro que vive no escuro e tem uma história de evolução muito interessante, segundo a descrição dos investigadores.

As novas espécies estavam em vários países por todo o mundo, desde o Brasil, Costa Rica, Indonésia, Ilhas Canárias, Japão, Austrália ou China.

Uma delas foi mesmo encontrada num aquário nos Estados Unidos e desconhece-se qual a sua origem, na natureza.

"Fico sempre surpreendido com a quantidade de novas espécies que aparecem e com a variedade descoberta", salientou o presidente do ESF, Quentin Wheeler, que fundou o Instituto.

A primeira lista foi compilada em 2008 e o trabalho anual é apresentado como uma "lição sobre o valor da exploração das espécies e da biodiversidade".

"Nomeamos cerca de 18 mil por ano, mas pensamos que, pelo menos, 20 mil estão a extinguir-se" e, se não forem encontradas, se não lhes forem atribuídos um nome e uma descrição, "muitas destas espécies estão perdidas para sempre", salienta Quentin Wheeler.

Os animais e plantas descobertos permitem aos cientistas obter novas informações sobre as relações entre ecossistemas e a sua evolução já que cada um deles encontrou uma forma de sobreviver contra todas as ameaças das mudanças nas condições de competição entre espécies, mas também do clima e do ambiente.

"Cada uma das espécies pode ensinar-nos algo importante quando nós próprios enfrentamos um futuro ambiental incerto", defendeu o investigador que coloca a responsabilidade das extinções diretamente nos seres humanos, ao alterarem os habitats e o clima.

Por mais inconveniente que seja a adaptação às alterações climáticas, tanto nas sementes atualmente usadas como na deslocação de cidades, nos cenários mais extremos, "o que não podemos fazer é recuperar espécies, depois de extintas", alertou.