Num vídeo de quase oito minutos disponível nas redes sociais, Rui Moreira explica que a sustentabilidade “só faz sentido se for ao dia-a-dia das pessoas”, de forma a “contrabalançar o crescimento económico” do Porto.
No discurso, Moreira aponta a Coesão Social como a área onde mais terá “de fazer” e onde é preciso “ir mais longe”, nomeadamente através do “empreendedorismo social”, assegura que a Cultura “será sempre um pilar fundamental” da sua governação e defende a importância de manter as “contas à moda do Porto”.
“As contas à moda do porto não resultam apenas de ter uma situação financeira estável. Têm a ver com cumprirmos a palavra dada, assumirmos os compromissos, cumprirmos o que prometemos”, sustenta.
Quanto à sustentabilidade, Moreira nota que se trata mais do que proteger o Ambiente, referindo que a mesma “só faz sentido se for ao dia a dia dos cidadãos”.
“Isto quer dizer que precisamos de construir as bases para uma cidade mais inclusiva, com mais oportunidades”, defende.
“O que acontece com uma cidade que tem um crescimento vertiginoso como a nossa é que subitamente o setor privado começa a não corresponder às necessidades dos cidadãos. Temos de encontrar formas de contrabalançar o crescimento económico de tal maneira que as pessoas sintam que este crescimento não os exclui”, sublinha.
Moreira refere a questão dos transportes públicos, apontando a necessidade de “encontrar formas de as famílias levarem as crianças à escola sem usarem o transporte individual”.
“Tudo isto tem a ver com sustentabilidade, tem impacto no dia-a-dia, na habitação, na mobilidade e no usufruto da cidade”, resume.
Em comunicado, a candidatura O Nosso Partido é o Porto esclarece que o manifesto eleitoral “vai ser apresentado em setembro, mas, antes disso, culminando a primeira ronda de Conversas à Porto, Rui Moreira fez, em vídeo, um resumo daquilo que são as ideias do seu movimento para os próximos quatro anos”, explicando “os quatro pilares que sustentam a sua candidatura independente: a Cultura, a Coesão Social, a Economia e Emprego e a Sustentabilidade”.
A candidatura destaca que “o tema da sustentabilidade alimentará o programa eleitoral”, porque perante “o sucesso da cidade", há “novos paradigmas e desafios que se impõem”.
“O movimento propõe uma política de habitação a preços controlados. Em linhas gerais, o programa pretende densificar o centro da cidade estimulando o investimento do setor privado, por via da aplicação de reduções fiscais, que permitam depois aos proprietários a colocação no mercado do arrendamento de imóveis a preços controlados”, descreve o comunicado.
Por outro lado, acrescenta, “a política de habitação prevê a densificação em áreas de expansão da cidade, próximas das redes de transporte públicos, através da majoração dos índices de construção”.
No vídeo, Moreira refere-se à Cultura como “o vértice mais virtuoso de um triângulo” em que se juntam também “a coesão social e a economia”.
Quanto à Coesão Social, Moreira diz ser preciso “ir mais longe, nomeadamente com o empreendedorismo social, através de trabalho com pessoas que estão disponíveis para trabalhar na rede”.
“Não podemos acreditar que o Estado vai resolver tudo e temos de ir mais além”, afirma.
Moreira assinala, ainda, a importância de “dotar a cidade de uma marca própria”, porque “a economia precisa de marcas” e de ter conseguido juntar, através da Invest Porto, “um argumentário sobre as vantagens competitivas que a cidade tem relativamente a outras”.
“E aqui a cultura é absolutamente crucial. Quando um investidor procura uma cidade, quer uma cidade interessante e segura e que seja reconhecida pelos seus pares. Para além disso, temos uma universidade muito ativa, 'start up' muito ativas e somos uma cidade muito empreendedora”, afirma.
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