Esta é uma das maiores renovações da central sindical, que completa este ano 50 anos de existência, e é determinada principalmente pelo limite de idade.

No congresso da Intersindical vão ser substituídos 55 dirigentes sindicais que integram o Conselho Nacional (CN), uns porque atingiram o limite de idade e outros porque foram substituídos na coordenação das respetivas uniões ou federações sindicais.

A CGTP tem um limite de idade para o acesso aos corpos sociais da central. Ou seja, os sindicalistas não se podem candidatar a um novo mandato quando têm a perspetiva de atingir a idade de reforma nos quatro anos seguintes.

Entre os dirigentes que saem por motivo de idade estão o secretário-geral, Arménio Carlos, Deolinda Machado, Ana Avoila, Carlos Trindade, Augusto Praça, João Torres, Graciete Cruz e Fernando Jorge Fernandes, todos eles da Comissão Executiva.

O socialista Carlos Tomás deixa também a Comissão Executiva porque se reformou recentemente, embora ainda não tenha 60 anos.

O novo Conselho Nacional será eleito após o encerramento do primeiro dia de trabalhos do congresso e fará a sua primeira reunião de imediato, para eleger a sua Comissão Executiva e o novo secretário-geral, que irá encerrar a reunião magna no sábado.

Este órgão da CGTP é composto por 147 sindicalistas, maioritariamente comunistas.

O CN conta com 20 dirigentes socialistas, seis católicos, seis do Bloco de Esquerda (BE) e vários independentes.

A lista de candidatos para o novo quadriénio prevê a entrada de mais uma mulher para o CN, passando a ser 52.

As substituições não vão alterar o peso das diversas linhas políticas porque as listas são feitas para manter a atual estrutura.

Na Comissão Executiva acontecerá o mesmo em relação aos nove dirigentes que saem por motivo de idade ou de reforma.

Quem sucede na liderança

O secretário-geral, Arménio Carlos, vai ser substituído, em princípio, pela presidente do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, Isabel Camarinha, também militante comunista.

João Torres, Graciete Cruz, Augusto Praça e Ana Avoila vão ser substituídos pelos também comunistas, Andrea Doroteia, Filipe Marques, João Barreiros e Sebastião Santana.

A dirigente católica Deolinda Machado será substituída por outro ativista católico, em princípio, o professor universitário Sérgio Dias Branco, embora este não vá ficar a tempo inteiro na central, porque não pretende deixar a sua atividade profissional.

Os três socialistas que saem do executivo (Carlos Trindade, Carlos Tomás e Fernando Jorge Fernandes) serão substituídos por outros tantos sindicalistas socialistas (Luis Dupont, Fernanda Moreira e Juan Ascensão).

Assim, ficam goradas mais uma vez as expectativas dos sindicalistas afetos ao BE, que nos últimos congressos têm protestado por não conseguirem um lugar no órgão executivo.

Nesse sentido, 15 sindicalistas de vários setores enviaram à agência Lusa um pequeno comunicado onde afirmam que a preparação do congresso da CGTP ficou marcada "pela ausência de ampliação do debate e pelo fechamento político na definição da próxima direção da Central" e queixam-se da "deliberada exclusão da sensibilidade" a que pertencem da proposta de composição para a Comissão Executiva.

Nos últimos meses, várias uniões distritais da CGTP realizaram o seu congresso e elegeram novos corpos sociais e, dado que os coordenadores das principais uniões têm lugar na Comissão Executiva, também por aí vai haver renovação no executivo.

A Comissão Executiva do Conselho Nacional é constituída por um mínimo de 20 e um máximo de 30 membros eleitos pelo Conselho Nacional entre si, integrando, por inerência de funções, os coordenadores das principais federações e uniões da CGTP-IN e o secretário-geral.

Cabe a este órgão, que atualmente é composto por 29 sindicalistas, apresentar ao Conselho Nacional uma proposta para a eleição do secretário-geral.

Da CGTP fazem parte nove federações e 22 uniões distritais e regionais, que estão, pelo menos, representadas no Conselho Nacional.