Numa publicação na rede social Twitter, Luís Montenegro defendeu que “é boa ideia ter instituições pelo país”, mas afirmou que o primeiro-ministro, António Costa, “deve reclamar consigo próprio por não ter levado o Infarmed para o Porto”.

“Fácil é pôr um CEO a trabalhar perto de casa. Não confundamos as coisas! Uma estrutura completa não é uma direção executiva. Uma habilidade para portuense ver...”, criticou o presidente do PSD.

Na segunda-feira, questionado sobre a possibilidade de a sede da direção executiva do SNS não ser em Lisboa, o novo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou não haver nenhuma razão para que esta tenha de ficar na capital, salientando que “a colocação da sede de organismos públicos fora da cidade de Lisboa faz sentido” no âmbito do processo de desconcentração.

“Nenhuma cidade portuguesa está impossibilitada de receber a sede da direção do SNS. Veremos que decisão podemos tomar nessa matéria, designadamente quais são os edifícios em concreto que estão disponíveis”, referiu.

Na mesma ocasião, e sobre esta nova estrutura, Manuel Pizarro afirmou que esta semana será realizado o convite ao futuro diretor executivo e que, “se tudo correr bem”, espera anunciá-lo em breve.

“Esta semana espero estar em condições de anunciar quem será o diretor executivo”, revelou.

Na sexta-feira, o Presidente da República promulgou o decreto do Governo que aprova a orgânica da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, estrutura que entrará em funcionamento em 01 de outubro.

Em 2017, o Governo chegou a anunciar a deslocalização do Infarmed para o Porto, mas acabou por recuar, com o primeiro-ministro, António Costa, a justificar-se em setembro de 2018 com a criação da comissão técnica independente sobre a descentralização, fruto de um acordo entre executivo e o PSD então liderado por Rui Rio, que disse ter entre as suas competências decidir sobre a deslocalização de serviços.

“Perante esta comissão criada por proposta do PPD-PSD, o Governo devia persistir na teimosia de levar o Infarmed para o Porto, contra tudo e contra todos, ou aguardar? A nossa modesta opinião é que devemos aguardar”, afirmou António Costa.

“Mais vale dar um passo atrás para tomar uma boa decisão, do que continuar em frente numa decisão porventura errada”, acrescentou o primeiro-ministro.