A etapa da Irlanda do Norte faz parte da passagem do novo monarca, de 73 anos, pelas regiões do Reino Unido — País de Gales, Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte — após a sua ascensão ao trono.

Desde que os britânicos mantiveram, em 1921, este pedaço da ilha após a independência da Irlanda, a região dividiu-se entre católicos e protestantes.

Profundamente devotos à rainha falecida na quinta-feira, os unionistas da Irlanda do Norte, protestantes, temem que a sua causa seja enfraquecida num contexto político alterado pela saída da União Europeia e pelo avanço dos nacionalistas republicanos e católicos, a favor da reunificação com a vizinha Irlanda.

"Assumo as minhas novas tarefas determinado a procurar o bem-estar de todos os habitantes da Irlanda do Norte", prometeu Carlos III no Castelo de Hillsborough, no sul de Belfast, aos representantes políticos locais.

A visita de Isabel II à Irlanda, em 2011,  foi a primeira de um monarca britânico desde a independência e ajudou a selar a paz na região.

Se a rainha gozava de respeito de amplos setores em todas as regiões, Carlos III tem o desafio de manter as costuras do reino após o Brexit.

A decisão de deixar a União Europeia foi percebida como inglesa e estimulou o sentimento anti-Londres entre os separatistas escoceses, galeses e norte-irlandeses.