Uma “barbárie” levada a cabo por “fascistas fanáticos”. Foi desta forma que Lula da Silva, em conferência de imprensa, reagiu aos acontecimentos deste domingo em Brasilia.

O Presidente brasileiro confirmou que "houve falta de segurança" e prometeu esclarecer todos os contornos em que aconteceu a invasão, prometendo que "todas essas pessoas serão encontradas e serão punidas”.

Luiz Inácio Lula da Silva acusou ainda o ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando-o de "genocida", de provocar e estimular as invasões violentas em edifícios públicos.

“Este genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais também”, afirmou Lula da Silva referindo-se a Bolsonaro que está em Orlando, nos Estados Unidos.

“Na verdade, ele fugiu para não me colocar a faixa. É muito triste. Depois da festa democrática do dia primeiro [de janeiro], a festa mais importante da posse de um Presidente da República”, acrescentou o chefe de Estado brasileiro, referindo-se a ausência de Bolsonaro na cerimónia de posse que marcou o início da sua gestão.

Referindo-se às centenas de ‘bolsonaristas’ que resistiram acampados em áreas de Brasília, principalmente defronte do quartel-general do Exército, Lula da Silva disse que tiveram medo de atacar no dia da sua posse devido à presença dos apoiantantes do novo chefe de Estado que estavam na Praça dos Três Poderes, mas considerou que os extremistas que apoiam o ex-presidente aproveitaram “o silêncio de um domingo quando a gente ainda está montando um governo" para atacar os prédios públicos mais emblemáticos de Brasília.

“Hoje todo mundo sabe que tem mais de um discurso do ex-presidente da República estimulando isso. Ele [Bolsonaro] estimulou a invasão na Suprema Corte”, afirmou Lula da Silva.

“Mas ele [Bolsonaro] chegou, estimulou a invasão dos três poderes" e "isso também é da responsabilidade dele. Isso é da responsabilidade dos partidos que sustentam ele. E tudo isso vai ser apurado com muita, com muita rapidez”, concluiu.

Luiz Inácio Lula da Silva decretou a intervenção federal na área de Segurança Pública de Brasília, tendo lido um decreto de intervenção do poder central na Segurança Pública do Distrito Federal (Brasília) até 31 de janeiro.

Centenas de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram hoje o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes do poder legislativo, executivo e judiciário, numa manifestação em que pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.

Os manifestantes avançaram e furaram as barreiras montadas pela polícia, com imagens dos invasores dentro do salão verde do Congresso, dentro e fora do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), a serem divulgadas nas redes sociais