“É uma forma de a Unesco não estar só em Paris, mas descer aos países Estados-membros e a todas as pessoas”, afirmou a secretária executiva da Comissão Nacional da Unesco, Rita Brasil de Brito, acrescentando que a formalização dos centros ou clubes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) “não implica financiamento”.
Rita Brasil de Brito falava aos jornalistas num moinho recuperado para turismo rural na Candelária (concelho de Ponta Delgada), após a assinatura de um protocolo que dá início ao primeiro centro na ilha de São Miguel, denominado “Centro Unesco Candelária - Sentidos Plurais”.
O espaço está a cargo da Associação de Juventude da Candelária, criada há 21 anos.
Esta tarde a responsável assina um novo protocolo com a Associação Norte Crescente, nas Capelas (também no concelho de Ponta Delgada), para formalizar o segundo centro Unesco na maior ilha dos Açores.
Em análise está a abertura de um terceiro centro na ilha, a cargo da Cooperativa de Economia Solidária - Cresaçor.
“A Unesco é uma organização [criada em novembro de 1945] que funciona muito em proximidade, tem uma comissão nacional e depois tem o máximo de estruturas locais, que desenvolvem as suas próprias atividades”, explicou Rita Brasil de Brito.
Estes centros, sublinhou, além de assinalarem os dias internacionais da Unesco e das Nações Unidades, trabalham nas áreas da inclusão social, ambiente, património, entre outras.
Segundo a responsável, Portugal passa a ter hoje 50 centros da Unesco, inseridos numa rede mundial de 4.000, que inclui também clubes, todos formados por grupos de pessoas ou associações sem fins lucrativos, entre outras entidades, que acreditam nos ideais da Unesco e desejam apoiar a organização na sua missão.
De acordo com a página na internet da Comissão Nacional da Unesco, os centros e clubes têm como objetivo “promover e propagar os ideais, através de atividades inspiradas nas atividades da organização, contribuir para a formação cívica e democrática dos seus membros, apoiar os direitos humanos, favorecer a compreensão internacional e o diálogo entre os povos, bem como difundir informação relativa à Unesco junto do público, a nível local”.
O primeiro Clube Unesco surgiu no Japão em 1947, como um movimento espontâneo da sociedade civil. Em Portugal, o primeiro centro foi criado em 1989, no Porto.
Para a coordenadora da Associação de Juventude da Candelária, Nélia Viveiros, trata-se de um “momento emblemático” para a freguesia e para o trabalho já desenvolvido diariamente junto dos jovens e idosos, mas agora com a capa da Unesco, o que o torna “mais consistente e de maior qualidade”.
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