O Comité do Património Mundial da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) esteve reunido em Manama, no Bahrein, desde 24 de junho, e os trabalhos terminaram hoje, anunciou, em comunicado.
Durante esta sessão, o comité inscreveu 19 sítios na lista, 13 deles culturais, três naturais e dois de perfil misto, perfazendo atualmente a lista um total de 1.092 sítios, em 167 países.
A lista de sítios classificados inclui Aasivissuit – Nipisat, um campo de caça do povo Inuit na Dinamarca, o oásis de Al-Ahsa Oasispaisagem cultural na Arábia Saudita, a cidade antiga de Qalhat, em Omã, o complexo arqueológico de Hedeby e Danevirke, na Alemanha, a Medina de Azahara, em Málaga, em Espanha, o sítio megalítico de Göbekli Tepe, na Turquia.
Um conjunto de 12 sítios, na região de Nagasaki, no Japão, relacionados com a clandestinidade do cristianismo no país, entre os séculos XVI e XIX, também foram classificados, envolvendo dez localidades, o castelo de Hara, na península de Shimara, e a catedral de Oura, construída no século XIX, em homenagem às vítimas da perseguição religiosa.
Na ilha de Kuroshima, um dos locais classificados, um templo budista ocupa hoje o lugar da antiga igreja Shuntokuji (igreja dos Santos), fundada por missionários portugueses, constituindo atualmente exemplo de tolerância religiosa, ao ter patente uma imagem de Maria, ao lado de um Buda.
Todos os locais classificados, como Arima e Amakusa, onde se verificou a revolta cristã de 1637, contaram com a presença de missionários portugueses e espanhóis, desde os anos de 1550, numa realidade que o escritor Shusaku Endo descreveu no romance "Silêncio", levada ao cinema pelo realizador norte-americano Martin Scorsese, e pelo português João Mário Grilo, em “Os Olhos da Ásia”.
Na lista de sítios classificados pela UNESCO, durante esta reunião, também foram incluídos o sítio a cidade industrial de Ivrea, em Itália, a Catedral de Naumburg, na Alemanha, os mosteiros budistas na montanha de Sansa, na República da Coreia, a paisagem arqueológica de Sassanid, em Fars, no Irão, o sítio arqueológico de Thimlich Ohinga, no Quenia, e o conjunto de Arte Deco Vitoriana em Mumbai, na Índia.
Quanto aos sítios naturais, foram classificadas as montanhas Barberton Makhonjwa, na África do Sul, a cadeia montanhosa de Puys e a falha tectónico-vulcânica de Limagne, em França, bem como a região de Fanjingshan, na China.
Relativamente aos sítios mistos, entraram na lista o Chiribiquete National Park – "The Maloca of the Jaguar”, na Colômbia, o Pimachiowin Aki (A terra que dá vida), no Canadá, e o vale Tehuacán-Cuicatlán, um habitat original da Mesoamerica, no México.
Da mesma forma, foi incluída na categoria de extensões naturais, o vale do rio Bikin, na Federação Russa.
Durante a sessão, o Comité decidiu inscrever o Parque Nacional Lago Turkana, na Lista de Sítios do Património Mundial em Risco, e retirar a Barreira de Recifes de Belize da lista de propriedades de valor universal extraordinário ameaçadas.
A reunião também apresentou o resultado da iniciativa "Revive the Spirit of Mosul", lançada em fevereiro, para reconstruir e dar nova vida à segunda maior cidade do Iraque, a maior parte da qual foi destruída entre 2014 e 2017.
A avaliação da candidatura franco-belga para a inscrição como Património Mundial da UNESCO de lugares funerários e memoriais da Grande Guerra de 1914-1918, foi adiada para 2021.
A candidatura engloba 139 cemitérios militares, necrópoles e monumentos evocativos na Bélgica e em França, entre os quais o cemitério militar português de Richebourg, no norte de França, onde estão sepultados 1.831 soldados que morreram no conflito.
Comentários