“À luz dos efeitos devastadores do enorme terramoto que atingiu o Haiti a 14 de agosto [sábado passado], a UE está a atribuir três milhões de euros em financiamento humanitário para fazer face às necessidades mais urgentes das comunidades afetadas”, divulgou a Comissão Europeia em comunicado de imprensa.

Bruxelas indica que este apoio irá dar resposta às “necessidades mais imediatas, tais como a prestação de assistência médica a hospitais locais sobrecarregados, água, serviços de saneamento e higiene, abrigo e serviços de proteção para as comunidades mais afetadas e desfavorecidas”.

E, para assegurar uma rápida intervenção, as verbas comunitárias serão executadas por “parceiros humanitários já ativos na resposta de emergência e apoiarão e reforçarão a sua capacidade de fornecer rapidamente ajuda humanitária aos haitianos mais vulneráveis”, acrescenta a instituição.

Citado pela nota, o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, assinala que “a UE está a mobilizar rapidamente apoio a este país já extremamente frágil, onde furacões e fortes chuvas agravam ainda mais a terrível situação”.

“O terramoto ocorreu numa altura em que a pandemia de covid-19 e a crescente insegurança já representavam uma ameaça para o país”, adianta Janez Lenarcic, garantindo que a UE está “pronta para fornecer mais assistência”.

O serviço de proteção civil do Haiti reviu hoje em alta o número de vítimas do sismo de sábado no país, para 1.419 mortos e seis mil feridos.

O tremor de terra, com epicentro 125 quilómetros a oeste da capital, Port-au-Prince, destruiu cidades e provocou deslizamentos de terras, que dificultaram a prestação de auxílios no país mais pobre do Hemisfério Ocidental.

O Haiti já se confrontava com a pandemia de covid-19, a violência de gangues, a pobreza crescente e a incerteza política subsequente ao assassínio, em 07 de julho, do presidente Jovenel Moïsem quando o abalo enviou os residentes para as ruas.

E a situação pode agravar-se ainda mais com a aproximação da depressão tropical Grace, que deve chegar ao país na noite de segunda-feira, com fortes ventos, chuvas intensas, deslizamentos de terras e inundações repentinas.

Dirigentes do país adiantaram que o sismo, com a magnitude 7,2, destruiu mais de sete mil casas e provocou estragos em cerca de cinco mil, deixando cerca de 30 mil famílias sem abrigo.

O abalo também destruiu ou causou estragos sérios em hospitais, escolas, instalações de empresas e igrejas.

O país de 11 milhões de pessoas recebeu no mês passado o primeiro carregamento de vacinas, doadas pelos Estados Unidos, através de um programa das Nações Unidas destinado aos países de baixos rendimentos, mas a situação nos hospitais continua descontrolada.