"A investigação tem início oficial em julho e será desenvolvida no âmbito do projeto ProMETAB, que procurará clarificar de que forma a alimentação e os estilos de vida, nomeadamente a exposição a desreguladores endócrinos, contribuem para a alteração do metabolismo das células afetadas", aponta esta instituição de ensino superior sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Com o nome "ProMETAB - Fatores extrínsecos na modulação do metabolismo da próstata: aplicações na prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro", o projeto será realizado no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI) e vai centrar-se nas causas da doença e formas de prevenção.

Segundo a informação, na prevenção "serão estudados alguns fatores que podem atuar como agentes protetores, averiguando qual o efeito da dieta mediterrânica, considerada uma das mais saudáveis do mundo, na manutenção do ‘metabolismo saudável’ das células da próstata”.

Desenvolvida na Cova da Beira, esta investigação também terá particular atenção ao eventual impacto que a fruta produzida na região pode ter para contrariar o desenvolvimento da doença.

"Iremos clarificar de que modo alguns componentes da dieta mediterrânica, nomeadamente frutos da região da Cova da Beira e plantas aromáticas usadas como condimentos, poderão ter um impacto decisivo, contrariando os efeitos da obesidade e da disrupção endócrina no desenvolvimento do cancro da próstata", explica a investigadora responsável pelo ProMETAB, Sílvia Socorro, que é citada na nota de imprensa.

De acordo com a investigadora, "o projeto produzirá igualmente informação consubstancial para a sua exploração como alimentos saudáveis e com impacto na definição das estratégias de educação para a saúde, visando a promoção de uma alimentação saudável, contribuindo igualmente para a valorização de recursos naturais endógenos da Cova da Beira na economia regional e nacional".

Outro dos objetivos será identificar um conjunto de moléculas que se espera poderem vir a ser exploradas como novos medicamentos.

"Prevê-se a síntese de novas moléculas com capacidade de inibir o metabolismo das células do cancro da próstata em pontos-chave para a progressão dos tumores, assim como o teste funcional da sua ação terapêutica em modelo animal. Com esta estratégia, reunir-se-á um conjunto de informação pré-clínica que, posteriormente, poderá ser aplicada em redes de investigação translacional", acrescenta Sílvia Socorro.

A UBI frisa ainda que o "ProMETAB" reforça o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no CICS-UBI em torno do cancro da próstata, nomeadamente em investigações anteriores lideradas pela mesma investigadora, e tem em consideração que o cancro é cada vez mais visto como uma doença que pode ser evitada pela adoção de estilos de vida saudáveis e pela minimização da exposição a fatores de risco.

"No caso da próstata, um trabalho publicado em 2016 na Revista Nature estima que corresponda a mais de 90% dos casos", destaca a coordenadora do projeto.

Os trabalhos serão levados a cabo nos laboratórios do CICS-UBI, com um financiamento superior a 235 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelos investigadores do CICS-UBI e da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS).

Além de Sílvia Socorro, conta com o contributo de Ana Paula Duarte (co-investigadora responsável), Cátia Vaz, Cláudio Maia, José Eduardo Cavaco, Paulo Almeida, Samuel Silvestre e Sara Correia.

O projeto tem ainda a colaboração de Bruno Pereira, médico urologista do Centro Hospitalar Cova da Beira, e que também é docente da FCS, "para assim se aumentar o impacto translacional, ou seja, de aplicação prática dos resultados obtidos", conclui a responsável pelo ProMETAB.

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