"Aquilo que nós queremos é que possamos fazer um orçamento de contas certas e, portanto, que passe para UBI - como para outras universidades e serviços públicos - efetivamente o que é necessário para que os serviços funcionem", referiu Catarina Martins, na Covilhã, distrito de Castelo Branco, durante uma sessão pública de apoio às listas bloquistas para as eleições autárquicas naquela cidade, cuja candidatura à câmara é encabeçada pelo empresário João Corono.

A falar na cidade onde está sediada a UBI, Catarina Martins abordou o tema do subfinanciamento desta instituição de ensino superior, que na última semana informou publicamente que não submeteu a proposta de orçamento para 2018, visto que estaria impossibilitada de cumprir as regras contabilísticas, dado o elevado défice entre as receitas e as despesas.

Universidade vive "uma situação impossível"

Referindo que esse défice é de 1,2 milhões de euros, Catarina Martins sublinhou que a universidade vive "uma situação impossível", já que recebe do Estado menos do que aquilo que precisa para pagar a totalidade dos salários.

"Como é que alguém pode dizer que quer desenvolver o Interior, que quer qualificar a população, que quer que os jovens cá fiquem, se a UBI, depois, não tem meios? Não tem meios para pagar sequer as suas contas", destacou, depois de ter apontando o papel desta instituição na captação e fixação de jovens para a região.

Por outro lado, Catarina Martins criticou a reação do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, por o governante ter referido que a decisão da UBI não constituía um problema: "O senhor ministro veio dizer que não havia problema porque há o orçamento do ano passado, só que o orçamento do ano passado também não serve", afirmou.

Segundo fundamentou, tal orçamento não serve porque já apresenta um "um buraco de um milhão de euros", que, ressalvou, "não foi um buraco feito num só ano, nem porque a UBI fez mal as contas, foi porque durante todos os anos anteriores foi sempre passado menos dinheiro para a universidade do que o necessário para a universidade funcionar".

Perante isto, a líder bloquista defendeu que tem de se pôr fim à "desorçamentação" desta e de outras universidades, bem como dos serviços públicos.

"Se não pudermos fazer tudo de uma vez, existe o mínimo da decência do próximo Orçamento do Estado, que é garantir, pelo menos, o fim da suborçamentação dos serviços públicos; garantir que os serviços públicos têm o orçamento que efetivamente precisam para funcionar", concluiu.