Na segunda-feira, Von der Leyen já divulgou a lista com os nomes dos comissários europeus designados por cada Estado-membro e que tiveram o seu aval, mas reservou para hoje o anúncio da distribuição de pelouros.
Numa conferência de imprensa na sede do executivo comunitário, às 12:00 locais, menos uma em Lisboa, vai também explicar a forma como pretende que a Comissão Europeia trabalhe no mandato de cinco anos que terá início em 01 de novembro próximo.
Na lista com os nomes dos 26 comissários propostos pelos Estados-membros e que receberam o aval de Von der Leyen (o Reino Unido não designou nenhum comissário, dado ter prevista a sua saída do bloco europeu em 31 de outubro, na véspera da entrada em funções da nova Comissão Europeia) destaca-se o facto de o futuro colégio, que ainda terá de receber o aval do Parlamento Europeu, contar com uma paridade de género inédita: serão 14 homens e 13 mulheres.
A nível de atribuição de pastas, os governos nacionais têm mantido a discrição habitual nestes casos, dado caber à presidente eleita fazer o anúncio formal, e Portugal não foge à regra, com o primeiro-ministro a escusar-se a confirmar se Elisa Ferreira ficará responsável pela Política Regional, o portfolio que lhe tem sido apontado, e que inclui a gestão dos fundos estruturais e de coesão.
Na sexta-feira, em entrevista à Antena 1, o primeiro-ministro António Costa garantiu apenas que Elisa Ferreira assumirá uma pasta “importante para Portugal”, acrescentando que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, partilha da mesma opinião.
A ‘Comissão Von der Leyen’ deverá contar com nove membros da maior família política europeia, o Partido Popular Europeu (PPE), entre os quais a própria presidente do executivo, 10 dos Socialistas Europeus (S&D, a sigla de Socialistas e Democratas), entre os quais a comissária de Portugal, seis dos Liberais (a nova aliança Renovar a Europa), e ainda um dos Verdes Europeus e outro dos Conservadores e Reformistas Europeus.
O ‘novo’ colégio contará com vários elementos ‘repetentes’, pois serão, à partida, sete os comissários que já fizeram parte do executivo comunitário liderado por Jean-Claude Juncker (2014-2019): o austríaco Johannes Hahn, a búlgara Mariya Gabriel, a dinamarquesa Margrethe Vestager, o holandês Frans Timmermans, o irlandês Phil Hogan, o letão Valdis Dombrovskis, a checa Vera Jourova.
‘Fechado’ o elenco executivo e atribuídas as pastas, cada comissário indigitado irá ser submetido ao escrutínio da respetiva comissão parlamentar (em alguns casos, mais do que uma) na assembleia europeia, respondendo a cinco perguntas escritas, antes de ser questionado exaustivamente durante três horas pelos eurodeputados, numa audição transmitida em direto.
Fonte parlamentar confirmou à Lusa que as datas de 30 de setembro a 08 de outubro para as audições dos comissários indigitados estão “praticamente confirmadas”, e se algum ou alguns dos comissários indigitados não “passarem” no crivo dos eurodeputados, poderão ser agendadas audições adicionais na semana de 14 de outubro, antes de o Parlamento Europeu se pronunciar em definitivo relativamente ao conjunto do colégio, o que deverá suceder em 22 de outubro.
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