Os manifestantes pertenciam às freguesias de Prior Velho, no concelho de Loures, e de Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, e exibiam cartazes e faixas onde se podia ler, por exemplo, "a Caixa faz falta e é para ficar".

A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, em comunicado, o banco público, sem revelar quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho, nem onde se situam, dizendo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas.

Presente na manifestação organizada pelo PCP/Lisboa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (PCP), afirmou que os balcões da Caixa Geral de Depósito que vão encerrar são "instrumentos essenciais para serviços públicos bancários próximos das pessoas e que estão a ser encerrados, ou foi anunciado o seu encerramento, sem qualquer justificação", deixando, na opinião do autarca, "desprotegidos muitos milhares de pessoas, muitas empresas, muita gente que precisa da Caixa".

"O Governo não pode ser indiferente a uma decisão tomada pela Caixa, que é tutelada pelo Governo, que vai no sentido de prejudicar muitas pessoas", vincou.

Bernardino Soares considerou que "não há como minimizar [os constrangimentos causados pelo fecho das agências da CGD] a não ser manter os balcões abertos", lembrando também que o balcão perto do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, é um dos que vai fechar "sem explicação".

O presidente da união de freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, Mário Cantiga, disse que o "comércio tradicional bastante enraizado e uma população envelhecida" vão ser prejudicados pelo encerramento da agência de Alhandra.

"Estas medidas estão subjacentes a alterações que se prendem com a proliferação da 'Internet', como se todos fôssemos utilizadores da 'Internet'", criticou, considerando que as pessoas de maior idade "não utilizam 'internet', ainda não deram aquele salto, nem vão dar".

Na manifestação organizada pelo PCP/Lisboa estiveram também o vereador comunista da Câmara Municipal de Lisboa João Ferreira e ainda o deputado na Assembleia da República pelo PCP Miguel Tiago.

João Ferreira considerou à Lusa que a Câmara de Lisboa tem de ter um papel mais ativo nesta temática.

A Câmara Lisboa aprovou, na passada quinta-feira, uma moção do PCP para demonstrar a "total discordância" da autarquia sobre o encerramento de agências da CGD, em reunião privada do executivo.

O documento foi aprovado por todos os partidos, mas a segunda alínea, relativa à exigência ao Governo e à administração da Caixa para reverter a decisão, foi rejeitada pelo PS, com abstenção do PSD e do CDS-PP nesse ponto.

"Do nosso ponto de vista [a moção] devia ter ido além disto, é pena que o Partido Socialista não tivesse mostrado disponibilidade para lhe acrescentar um ponto que tinha a proposta original", considerou João Ferreira.

Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão, entre outras, Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal), Avanca (Estarreja), Desterro (Lamego), Carregado (Alenquer), Colos (Odemira), Alves Roçadas (Vila Real), Nogueira do Cravo (Oliveira de Azeméis), Perafita (Matosinhos) e Coimbra.