Em declarações à agência Lusa, Antonieta Fortunato, da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos (CUSP) do Barreiro, considerou que a greve de três dias dos mestres da Soflusa, iniciada hoje, é mais uma paralisação acumulada.
“Já é um cansaço demasiado. Isto é o acumular de todas as greves que já existiram, de todas as supressões de carreiras […]”, indicou a porta-voz dos utentes do Barreiro, reiterando que “o Governo e o conselho de administração têm de resolver as coisas primordiais”, como responder às reivindicações dos trabalhadores.
Para Antonieta Fortunato, o Governo, que tutela a empresa, e a administração devem reforçar o número de embarcações e profissionais.
A porta-voz do CUSP realçou que, apesar da greve, o ambiente está tranquilo no terminal do Barreiro, no distrito de Setúbal.
Os mestres da Soflusa iniciaram hoje uma greve de três dias, exigindo o cumprimento do acordo de valorização salarial, estabelecido em 31 de maio.
Esta paralisação, que se estende até quarta-feira, e a greve ao trabalho extraordinário, em vigor desde sábado por tempo indeterminado, foram convocadas pelo Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM), que afirma não se estar a registar uma “evolução significativa” nas negociações com a Soflusa.
Em causa está o aumento do prémio de chefia, em cerca de 60 euros, um acordo celebrado em 31 de maio com a administração, mas que os mestres dizem ter sido, entretanto, “suspenso”.
Antonieta Fortunato alertou também para previsibilidade da situação, que, segundo a mesma, se estende há vários anos.
“Há anos a esta parte que dizemos que sem investimento, sem contratação de trabalhadores, sem manutenção da frota esta situação era previsível”, sublinhou, precisando que os utentes “estão reféns”, por não haver alternativas de transporte.
Ainda hoje, a transportadora esclareceu à Lusa que não suspendeu o acordo firmado em 31 de maio com os mestres.
“A Soflusa esclarece que não existe suspensão do Acordo de Princípio outorgado no dia 31 de maio, razão pela qual estão a decorrer reuniões com os sindicatos para a sua efetivação, em instrumento de Regulamentação Coletiva de Trabalho”, frisou a secretária-geral da empresa, Margarida Perez Perdigão, numa resposta escrita.
A paralisação está hoje a ter uma adesão de 100%.
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