Os trabalhadores da CP e da Infraestruturas Portugal convocaram uma paralisação para esta sexta-feira e para a próxima segunda-feira (26 de dezembro).

De acordo com a CP, foram decretados serviços mínimos de 25% nas horas de ponta, de manhã e à tarde.

A CP colocou uma nota na página da internet a alertar para a previsão de “perturbações na circulação de comboios, a nível nacional”, “com possível impacto nos dias anteriores e seguintes aos períodos de greve”, lamentando ainda os transtornos causados.

A paralisação terá uma duração de 24 horas para o dia de hoje e para o de 26 deste mês e prevê ainda uma “greve ao trabalho suplementar, incluindo feriados e dias de descanso semanal, desde as 00:00 de 23/12 às 24:00 de 02 de janeiro de 2023”.

Também a serviço ferroviário da Fertagus, que liga Setúbal e Lisboa, vai ter “fortes perturbações” nos dias hoje e nos dias 25 e 26 de dezembro e 1 de janeiro de 2023, devido a greves da Infraestruturas de Portugal.

Numa nota publicada no seu ‘site’, a Fertagus - que explora esta linha ferroviária, com passagem pela Ponte 25 de Abril, mediante o pagamento de uma taxa de utilização à IP - refere que os condicionamentos na circulação dos comboios vão registar-se entre as 00:00 e as 24:00 destes dias.

“Tendo sido acordados serviços mínimos na ordem dos 25%, a Fertagus tem previsto realizar apenas 25% da oferta habitual”, pode ler-se na nota.

Nos dias 23 e 26 todos os horários são realizados em composição dupla (oito carruagens), de acordo com a empresa.

Os horários que a empresa espera que “sejam possíveis realizar” podem ser consultados na página fertagus.pt.

Greve com adesão de 80%

 A adesão à greve dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal ronda os 80%, estando apenas a circular os comboios abrangidos pelos serviços mínimos, avançou à Lusa uma fonte sindical.

“A adesão dos trabalhadores ronda os 80%, os restantes estão a trabalhar porque têm que cumprir os serviços mínimos”, adiantou António Pereira, dirigente do Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), que integra a plataforma de vários sindicatos que representam os trabalhadores da CP e da IP e que convocou dois dias de greve, hoje e segunda-feira.

A nível de comboios suprimidos, dos 245 comboios que deviam circular até às 08:00 de hoje, apenas circularam 109, disse António Pereira.

O sindicalista adiantou que foi tentado “tudo por tudo” para não avançar para a greve, mas, disse, “o ministro das Finanças optou por perder milhares de euros nestes quatro dias de greve em prol de dar algum aos trabalhadores”.

O presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), António Salvado, confirmou a “grande adesão à greve” por parte dos trabalhadores.

“Só estão a realizar-se os comboios dos serviços mínimos, as bilheteiras estão praticamente fechadas pelo país inteiro. Há uma forte adesão, é uma grande greve”, salientou António Salvado.

Segundo o dirigente sindical, “as Infraestruturas de Portugal têm tolerância de ponto, mas até esta hora a adesão é praticamente de 100%”.

[Notícia atualizada às 10h27]