Na capital, cerca de 2.000 pessoas concentraram-se na praça da República, e enquanto decorriam desfiles paralelos organizados pelo coletivo dos “coletes amarelos”.

O Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ) esteve na origem deste protesto, mas também surgiram bandeiras de sindicatos, associações feministas, do partido França Insubmissa e de organizações de extrema-esquerda.

Os incidentes ocorreram uma hora antes do início do recolher obrigatório a partir das 18:00 locais devido à pandemia e após a retirada dos organizadores. Algumas centenas de manifestantes permaneceram na praça e lançaram objetos em direção à polícia de intervenção.

As forças policiais que estavam presentes com forte contingente — cerca de 2.500 agentes vigiaram as marchas durante todo o dia –, recorreram a canhões de água e algumas cargas para dispersar os participantes.

Os responsáveis policiais não forneceram informações sobre as detenções, mas segundo a cadeia BFMTV foram presas cerca de 20 pessoas antes da dispersão dos manifestantes que permaneciam na praça.

Registaram-se ainda incidentes e várias detenções em Nantes (oeste da França), numa concentração que decorreu à chuva e com a polícia de intervenção a efetuar diversas cargas e lançar gás lacrimogéneo.

Em França ocorreram hoje manifestações em dezenas de cidades por todo o país contra a Lei de Segurança Global que está a ser discutida no parlamento, após a sua aprovação em primeira leitura pela Assembleia Nacional em 24 de novembro passado.

Um dos aspetos mais polémicos do texto legislativo consiste no artigo 24.º, que prevê a proibição e punição (até um ano de prisão de 45.000 euros de multa) da difusão de imagens de agentes policiais que possam ser identificados, com o argumento de que poderão ficar em perigo.

Na sequência de uma reação nos ‘media’, associações de direitos humanos e a oposição de esquerda, o Governo francês admitiu reformular esta lei.