"Não estamos a falar apenas da reconstrução do porto. Esta é uma boa oportunidade, resultante de circunstâncias trágicas, para repensar toda a área portuária. Foi essa a orientação transmitida, tendo em conta que o porto comercial das Flores é essencial para garantir as acessibilidades marítimas a essa ilha, mas também ao grupo Ocidental [composto pelas Flores e pelo Corvo]. É uma infraestrutura de importância estratégica e vital", declarou Vasco Cordeiro.
O governante, citado em nota enviada à imprensa pelo seu gabinete, apresentou hoje nas Lajes das Flores o estudo para a reconstrução e reordenamento do porto comercial da ilha, cerca de 10 meses após a passagem do furacão Lorenzo, que destruiu por completo a principal infraestrutura portuária das Flores.
O investimento total estimado para esta obra é de 180 milhões de euros.
O projeto do futuro porto, é referido pelo Governo Regional dos Açores, prevê triplicar a área acostável, através da construção de uma ponte-cais, distinta do molhe comercial, com 140 metros de comprimento, acostável dos dois lados, num investimento de cerca de 15 milhões de euros, sendo que ainda este mês será lançado o procedimento para a contratação dessa empreitada.
Essa ponte-cais permitirá, assim, criar redundâncias, ou seja, evitar que voltem a acontecer perturbações do ponto de vista das acessibilidades marítimas às Flores, "constituindo uma segurança acrescida para que, em situações de grave perturbação, se mantenham às condições de abastecimento marítimo", sublinhou Vasco Cordeiro.
Até final deste ano, prosseguiu o governante, e "tirando o porto das Lajes das Flores, que é o processo de maior dimensão", é esperado "ter todos os procedimentos já andamento e a maior parte" dos investimentos de recuperação do furacão, que se estendem por oito ilhas, "já em concretização".
A passagem do furacão Lorenzo, em outubro de 2019, causou graves danos em setores públicos e no setor empresarial privado, com perdas estimadas pelo executivo açoriano em cerca de 330 milhões de euros.
O Governo da República demonstrou disponibilidade para cobrir cerca de 85% desse valor, dividindo-se o restante entre o Fundo de Solidariedade da União Europeia e o esforço da região.
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