A informação foi confirmada no Vaticano pelo 7MARGENS, através de um funcionário do Vaticano a quem tínhamos pedido para comprar um exemplar do selo. No posto de correios oficial da Praça de São Pedro, o empregado que atendeu disse que era impossível fazer a venda, por ordens superiores, pois o mesmo iria ser retirado.

Normalmente, quando há uma decisão de retirada de circulação de uma emissão filatélica, os exemplares de selos que sobram são destruídos, o que faz aumentar exponencialmente o valor do selo no mercado. Ou seja, quem comprou na terça-feira o selo da JMJ tem, neste momento um objecto filatélico que pode vir a atingir um grande valor de mercado.

Já esta manhã, o 7MARGENS dirigira aos responsáveis do Serviço de Correios e Filatelia do Vaticano um conjunto de perguntas sobre o assunto, para enquadrar este episódio. Em concreto, queríamos saber se o autor do desenho, Stefano Morri, e os responsáveis do Serviço Filatélico do Vaticano estavam conscientes do significado ideológico do Padrão dos Descobrimentos e da estética usada na concepção do selo, em tudo idêntica à propalada pelo Estado Novo, como o próprio bispo e historiador Carlos Azevedo referiu.

Também perguntávamos se, mesmo não havendo esse conhecimento, não se considerou o selo como o oposto do que o Papa sugere como atitude para os cristãos, de universalismo e não nacionalismo e de falta de modernidade.

Outra das perguntas pretendia saber se o Serviço do Vaticano tinha consultado alguém em Portugal ou na JMJ (a porta-voz da Jornada, Rosa Pedroso Lima, disse que aquele departamento da Santa Sé comunicara a existência do selo no dia 5). E, finalmente, queríamos saber se tinham conhecimento no Vaticano das críticas surgidas em Portugal e se ponderavam retirar o selo de venda e de circulação.

Pelos vistos, a decisão foi rápida.