As autoridades nacionais alertaram hoje para o mau tempo em Portugal continental previsto para os próximos dias, com ondas que podem vir a atingir os 13 metros e ventos com rajadas até 135 quilómetros/hora.
Qual é a notícia?
Depois de ter passado pelos Açores, a tempestade Kirk vai aproximar-se a partir desta terça-feira do continente. Em comunicado, as autoridades explicam que a previsão do estado do mar aponta para um “agravamento considerável” das condições meteorológicas e de “agitação marítima” a partir de quarta-feira e até à meia-noite de quinta-feira, 10 de outubro.
De acordo com a nota, a agitação marítima será caracterizada por uma ondulação proveniente de quadrante oeste, “com uma altura significativa que poderá atingir os sete metros e uma altura máxima de 13 metros, com um período médio a variar entre os nove e os 21 segundos”.
Segundo a Marinha e a Autoridade Marítima Nacional, são esperados ventos provenientes do quadrante sudoeste, “com uma intensidade média de até 75km/h [quilómetros/hora] e rajadas até 135km/h”, além da possibilidade de precipitação entre 0,3 e 25 mm/6h em algumas regiões.
Desta forma, as autoridades alertam toda a comunidade marítima e a população em geral para os cuidados a ter, tanto na preparação de uma ida para o mar, como quando estão no mar ou em zonas costeiras.
O que a tempestade fez nos Açores?
A tempestade Kirk, que atingiu hoje o arquipélago dos Açores, provocou seis ocorrências, tendo sido registadas três na ilha Terceira, uma em São Miguel, uma no Faial e outra nas Flores, informou a Proteção Civil açoriana.
Ao contrário do que se esperava, “foi uma noite sem grandes constrangimentos, onde apenas se registou uma pequena ocorrência na ilha das Flores, numa pequena barraca de madeira, no Mercado Municipal de Santa Cruz. Esta pequena ocorrência foi detetada pela nossa equipa que estava no terreno, que foi destacada para a ilha das Flores”, adiantou o vice-presidente do SRPCBA, Bruno Nogueira, num ponto de situação, hoje de manhã, em Angra do Heroísmo.
Quais os cuidados a ter?
Em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, e nas áreas afetadas pelos incêndios rurais, que ficaram sem coberto vegetal e com cinza acumulada à superfície, que funciona como uma matéria impermeável, mais expostas e vulneráveis à precipitação, a ANEPC recomenda medidas preventivas, como garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas.
Recomenda ainda à população que garanta uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas, e que tenha especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte.
A adoção de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e com especial cuidado a lençóis de água nas vias, e não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas, são outras das recomendações.
Outros efeitos expectáveis, conclui, são a contaminação de fontes de água potável por inertes resultantes de incêndios rurais e o arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública.
Comentários