A VPITV afirmou, num comunicado divulgado ‘online’, que a apreensão ocorreu na sexta-feira, durante uma operação conjunta da Comissão de Telecomunicações (CONATEL) e o Serviço Integrado de Administração Tributária (SENIAT) venezuelanos, nas instalações situadas em Caracas.

“Sem apresentar uma ordem escrita, inspecionaram as instalações, interrogaram o pessoal, solicitaram documentos e informação operacional e administrativa. Pediram as ‘passwords’ de acesso dos processos de transmissão e passaram revista às mensagens de correio eletrónico relacionadas com a operação da VPITV”, adiantou.

A VPITV acrescentou que “os funcionários, após realizar um inventário, confiscaram os equipamentos de transmissão, câmaras, computadores, entre outros, fundamentais para a realização de reportagens jornalísticas”.

“Isto representou evidente censura que impede a continuidade das nossas operações e o exercício da liberdade de imprensa na Venezuela”, sublinhou.

O canal de televisão denunciou ainda que “os funcionários proibiram expressamente a cobertura e transmissão do procedimento do regime de [Presidente venezuelano, Nicolás] Maduro” contra a estação de televisão, “assim como a emissão dos segmentos de notícias em vivo e gravadas, que se transmitem diariamente”.

Também na sexta-feira, o diário Panorama, do estado venezuelano de Zúlia, a 780 quilómetros a oeste de Caracas, denunciou, através da rede social Twitter, que foi temporariamente encerrado pelo SENIAT.

“O SENIAT sancionou o Panorama por cinco dias. Esta casa editorial não renunciará ao direito de informar que vai continuar a fazer pelas redes sociais”, disse a direção do jornal, precisando que o site deixou de estar disponível.

O Panorama explicou que o encerramento foi justificado por um incumprimento, mas disse que tem sido “um contribuinte económico do país”.

Ainda na sexta-feira, o portal talcualdigital.com denunciou, nas redes sociais, que “estava sob ataque digital, com complicações no acesso”.

“Trabalhamos para solucionar o problema e superar esta nova agressão à liberdade de expressão. De momento, vamos continuar a informar pelas redes sociais”, indicou.

As situações denunciadas surgiram depois de a Venezuela ter acusado, na sexta-feira, o Reino Unido de “grosseira ingerência” nos assuntos internos venezuelanos e de financiar a imprensa local e organizações da oposição, denúncia que vai apresentar junto da ONU.

A denúncia foi feita pelo ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, depois a estação televisão venezuelana Globovisión (sancionada pelos EUA) e de jornalistas do portal web “Misión Verdad” (MV, Missão Verdade) terem também acusado Londres de financiar a imprensa e organizações não governamentais venezuelanas.