O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Josep Borrell, fez este anúncio na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros, explicando que a proposta vai ser transmitida aos representantes dos países da União que preparam hoje em Bruxelas a reunião dos chefes da diplomacia europeia de segunda-feira.
“Espanha trabalhou muito, não vamos a reboque da União Europeia, rebocamos a União Europeia dado as fortes relações culturais e humanos que temos com a Venezuela”, disse Borrel.
O Governo socialista espanhol tem sido nos últimos dias muito atacado pelos partidos da oposição de direita espanhola por não ter ainda reconhecido Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela e também por não assumir uma atitude de liderança quanto a este assunto na União Europeia.
A Espanha é a potência colonizadora da Venezuela tendo laços económicos, sociais e culturais importantes com aquele país da América Latina.
Juan Guaidó, presidente do Parlamento venezuelano, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a maioria dos países da América Latina, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba – que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Rússia, China, Turquia e Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolas Maduro.
A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”.
Os Estados Unidos pediram a realização no sábado de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, para abordar a situação na Venezuela.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
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