“É um ato de hipocrisia dos setores mais extremistas, inclusive vinculados às mafias que fugiram de Cuba quando a revolução cubana se impôs”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela.
Em declarações aos jornalistas, Jorge Arreaza defendeu que a resolução é uma manobra para continuar a aprofundar “a ingerência” nos assuntos venezuelanos.
“Se alguma medida faz dano à Venezuela são as sanções unilaterais, coercivas. Essas são as medidas que prejudicam, que podem gerar uma crise (…) As sanções dos Estados Unidos são manobras políticas para continuar a escalada contra a Venezuela”, disse.
Arreaza confirmou também que em novembro chegará à Venezuela Alfred de Zayas, um perito independente da ONU, especializado na promoção de uma “ordem internacional, democrática, equitativa”.
O ministro disse ainda que 63 países assinaram uma declaração de apoio à soberania venezuelana, que inclui a “condenação às agressões dos Estados Unidos e às suas intenções de promover uma intervenção na Venezuela”.
Segundo Jorge Arreaza, entre os países que assinaram a declaração estão “Cuba, China, Rússia, Bolívia, Nicarágua, Argélia, Irão, Egito, Índia, Angola, Etiópia, Jordânia, El Salvador, Antígua e Barbuda, Equador e África do Sul”.
Na quinta-feira a Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para formalizar o envio de ajuda humanitária para a Venezuela.
O projeto de lei foi apresentado pelo democrata Eliot Engel e prevê que o Departamento de Estado trabalhe com organizações não governamentais para, no prazo de 90 dias, definir um plano para enviar alimentos, medicamentos e assistência técnica para a Venezuela.
O texto do documento, que deverá agora ser submetido ao voto da Câmara de Representantes em pleno, admite a possibilidade de o Governo venezuelano continuar a opor-se à ajuda humanitária internacional e determina que, se o Presidente Nicolás Maduro se opuser, os Estados Unidos deverão procurar votos na ONU para emitir uma resolução, que obrigue a Venezuela a receber e a distribuir a ajuda.
O projeto de lei foi aprovado depois de Washington impor restrições migratórias contra funcionários do Governo do Presidente Nicolás Maduro e cidadãos venezuelanos.
Em agosto, os Estados Unidos impuseram sanções financeiras contra Caracas, que incluíram a proibição de negociar com os títulos da Venezuela e com a empresa estatal Petróleos da Venezuela SA.
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